O dólar voltou a subir e bateu o pico de fechamento em mais de três semanas hoje (17), com o real sendo novamente destaque negativo nos mercados globais diante de incertezas sobre a oferta de moeda no país.
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O dólar à vista fechou em alta de 0,39%, a R$ 4,1702 na venda. É o maior valor para um encerramento desde 23 de setembro (R$ 4,1709 na venda).
No mercado futuro, o contrato de dólar de maior liquidez subia 0,40%, a R$ 4,1715, às 17h40.
Em Washington, no encontro anual do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que pode comprar dólares caso o fluxo de moeda na esteira dos leilões de petróleo a ocorrerem até o fim do ano gere distorções no mercado, segundo relatos de profissionais de mercado.
A moeda norte-americana ganhou impulso e bateu a máxima do dia, de R$ 4,1825 na venda, após esse rumor circular no mercado.
Mas um profissional avaliou que a interpretação da suposta fala de Campos Neto depende do contexto em que foi feita, questionando o entendimento inicial de que o BC venha a comprar dólares independe de causar distorções no mercado.
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Os relatos da fala causaram ruído uma vez que o fluxo cambial no país segue negativo – o saldo em 12 meses até setembro é o pior em 20 anos – e o mercado deposita nos leilões do pré-sal esperanças de alguma melhora na oferta de dólar.
O mau desempenho do real também foi creditado outra vez ao aumento de apostas de afrouxamento monetário ainda mais agressivo pelo BC – o que reduziria ainda mais o apetite pela moeda doméstica e, por tabela, as chances de fluxo estrangeiro.
A curva de juros passou a colocar alguma aposta em corte de 0,75 ponto percentual da Selic tanto neste mês quanto em dezembro.
Mas alguns analistas têm defendido que a fraqueza da taxa de câmbio também decorre de outros fatores, como a queda nos preços das commodities em dólar.
“Na margem, acredito que a desvalorização recente do real está mais ligada a isso”, disse Fernando Gonçalves, responsável pela área de sell side no time de pesquisa econômica do Itaú, no evento Brasil Financial Summit, da Refinitiv.
Em um mês, o índice CRB de commodities acumula queda de cerca de 4,8%. O real acumula depreciação nominal ante o dólar de 2,2% no mesmo período. Já o índice do dólar contra uma cesta de divisas cai 0,7% no intervalo, enquanto um índice de moedas emergentes sobe 0,2% no mesmo período.
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