O SoftBank reportou hoje (6) o primeiro prejuízo trimestral em 14 anos, atingido por um impacto de US$ 8,9 bilhões em seu gigante Vision Fund e marcando um momento raro e humilhante para o presidente-executivo, Masayoshi Son, por seu apoio à startup WeWork.
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A escala da perda mostra os riscos na estratégia de Son de se destacar bastante nas deficitárias startups. O resultado também afeta seus esforços para angariar um segundo fundo massivo.
Os desdobramentos envolvendo a WeWork este ano provocaram perguntas sobre o julgamento de Son em apoiar fundadores de tecnologia não convencionais, como Adam Neumann, da WeWork. O SoftBank foi forçado no mês passado a gastar mais de US$ 10 bilhões para resgatar a startup de compartilhamento de escritórios após sua tentativa de abertura de capital.
“Meu julgamento sobre o investimento foi ruim em muitos aspectos e estou refletindo profundamente sobre isso”, disse Son, de 62 anos, em entrevista coletiva após os resultados. Foi uma admissão notável para um executivo conhecido por seu entusiasmo.
Ele disse que havia fechado os olhos para problemas com Neumann em áreas como governança corporativa. No entanto, Son afirmou que o WeWork ainda era um negócio sólido, dizendo que eventualmente haveria uma recuperação em seus lucros.
O SoftBank Group Corp disse que seu Vision Fund de US$ 100 bilhões contribuiu com uma perda operacional de 970 bilhões de ienes (US$ 8,9 bilhões) durante o trimestre de julho a setembro, e uma perda não realizada de 537,9 bilhões de ienes nos seis meses do ano, em razão da queda no valor de suas apostas tecnológicas como WeWork e Uber Technologies.
No geral, o grupo registrou um prejuízo operacional de 704 bilhões de ienes (US$ 6,5 bilhões) no trimestre de julho a setembro, em comparação com um lucro de 706 bilhões de ienes no mesmo período do ano anterior e uma perda de 48 bilhões de ienes prevista por analistas, segundo o Refinitiv.
O SoftBank registrou uma perda de seu investimento na WeWork em US$ 3,4 bilhões no segundo trimestre e esperava que a o montante aumentasse para US$ 4,6 bilhões no atual ano fiscal.
FOCO DA DÍVIDA
Os resultados provavelmente reavivam o foco no endividamento considerável do SoftBank. O grupo possui mais de US$ 51 bilhões em títulos em circulação e outros US$ 36 bilhões em empréstimos bancários. Seu custo médio ponderado da dívida é de 3,7%, o sétimo mais alto entre todas as empresas na Nikkei 225 Stock Average, de acordo com dados da Refinitiv. Tanto a Moody’s quanto a S&P classificam sua dívida como ‘junk’.
O Vision Fund, financiado pela Arábia Saudita, administrado pelo ex-banqueiro do Deutsche Bank Rajeev Misra, investiu US$ 70,7 bilhões em 88 empresas no final de setembro. Agora, esses investimentos valem US$ 77,6 bilhões, excluindo as saídas.
Com o aumento do escrutínio do mercado sobre o caminho para a lucratividade de muitas de suas apostas em startups não comprovadas, Son também foi mais cauteloso com o cronograma dos IPOs – um passo essencial para liberar capital e manter o crescimento do investimento.
Son disse que espera que o segundo Vision Fund vá em frente conforme o planejado, e com um tamanho semelhante ao primeiro fundo, mas se recusou a fornecer uma atualização sobre as negociações com os investidores.
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