O fundador bilionário de 82 anos da Victoria’s Secret, Leslie Wexner, está em negociações para deixar o cargo de CEO da controladora L Brands e está explorando opções estratégicas para a marca de lingerie, incluindo uma possível venda, informou o “Wall Street Journal” hoje (29).
As ações da L Brands decolaram com a notícia de que a Victoria’s Secret poderia ser vendida, subindo mais de 12% nas negociações de pré-mercado na quarta-feira. Embora a empresa tenha dominado o mercado de lingerie dos EUA, com cerca de US$ 7 bilhões em vendas anuais hoje, esse número está em declínio nos últimos anos.
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As discussões em andamento chegarão a uma decisão sobre possíveis planos de venda e sucessão nas próximas semanas, disseram fontes ao “Journal”.
Wexler começou a construir seu império de varejo em Ohio nos anos 1960, desenvolvendo marcas para shoppings como Abercrombie & Fitch, The Limited e Victoria’s Secret e transformando-as em marcas nacionais.
No ano passado, o bilionário foi criticado por seu relacionamento com o falecido financista Jeffrey Epstein, que supostamente administrou a riqueza de Wexner por quase duas décadas, foi procurador do magnata e participou do seu negócio de varejo.
Epstein, que foi indiciado por acusações federais de tráfico sexual no último verão, morreu em agosto de 2019 enquanto aguardava julgamento em uma prisão de Nova York. Wexner já havia negado qualquer conhecimento do suposto comportamento criminoso de Epstein e disse que cortou laços com ele havia mais de dez anos.
As ações da controladora da Victoria’s Secret, L Brands, caíram 29% no ano passado, na comparação com o retorno positivo de quase 30% do S&P 500. A empresa tem lutado nos últimos anos, em meio à mudança do gosto do consumidor e do cenário de varejo, especialmente em shoppings. A Victoria’s Secret até cancelou seu desfile no ano passado, procurando reduzir os custos de eventos de marketing. O atual valor de mercado da L Brands está abaixo de US$ 6 bilhões –em 2015, era de US$ 29 bilhões. Wexler é o maior acionista da empresa, com cerca de 17% de participação, de acordo com os últimos registros.
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Wexner é o CEO mais antigo de uma empresa S&P 500, de acordo com o “Wall Street Journal”. Ele administrou o negócio por 57 anos e poderia continuar como presidente depois de deixar o cargo de CEO da L Brands. Seu patrimônio vale US$ 4,5 bilhões, segundo estimativas da Forbes.
Caso Epstein
Epstein teria usado seus laços com Wexner, que ele conheceu em 1988, para obter acesso riqueza e mulheres, de acordo com apuração do “New York Times”. Enquanto Wexner saiu praticamente ileso dos vínculos com Epstein, a L Brands contratou advogados externos para revisar o papel do financista na empresa. Wexner, que certa vez chamou Epstein de “amigo muito inteligente” e “leal”, acusou o financista de desviar mais de US$ 46 milhões de sua própria fortuna pessoal. Em setembro passado, Wexner também chamou as alegações de tráfico sexual de Epstein de “flagrantes” e “repugnantes”.
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