O dólar ganhou força no fim da sessão e fechou hoje (10) em alta ante o real, na máxima em três semanas, acompanhando o fortalecimento da moeda no exterior, especialmente contra divisas emergentes, na esteira de renovadas preocupações geopolíticas.
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A divisa passou boa parte do dia em baixa – chegando a uma mínima de R$ 4,0621 na venda (queda de 0,59%), por volta de 10h30 –, com investidores analisando a inflação mais alta de dezembro, que desestimula apostas de novos cortes de juros pelo Banco Central – o que deixaria o real menos atrativo em relação a outras moedas.
À tarde, contudo, a cotação passou a tomar fôlego influenciada por compras defensivas antes do fim de semana. O movimento acelerou nos 15 minutos finais do pregão no mercado interbancário, com renovadas tensões entre Estados Unidos e Irã.
No fechamento, o dólar subiu 0,19%, a R$ 4,094 na venda. É o maior patamar para um término de sessão desde 20 de dezembro do ano passado (R$ 4,0949 na venda). Na máxima, foi a R$ 4,0993 na venda.
Na semana, a cotação subiu 0,95% – a segunda consecutiva de ganhos e a maior alta semanal desde a semana terminada em 29 de novembro do ano passado (+1,14%).
No exterior, moedas emergentes como peso chileno e rand sul-africano aceleraram as perdas, enquanto o iene, divisa demandada em períodos de maior instabilidade, zerava a queda ante o dólar.
O começo de 2020 tem sido misto para moedas emergentes. O dólar já sobe 2% ante o real e ganha cerca de 2,5% contra o peso chileno e o rand sul-africano. Lira turca e peso mexicano, na contramão, se valorizam.
“2020 está demonstrando que o caminho para a valorização de moedas emergentes não é linear e apresenta riscos”, disseram estrategistas do Bank of America em nota a clientes. “Os fatores de riscos geopolíticos estão aumentando, principalmente no Oriente Médio…. Por ora, eles estão contidos, mas é evidente que um prêmio de risco está sendo incorporado em ouro e petróleo”, acrescentaram.
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A expectativa para o real, porém, ainda segue positiva, segundo o BofA, diante de um cenário no qual a agenda de reformas traga investimento de portfólio, melhorando o fluxo cambial, que no ano passado teve o pior resultado da história.
O BofA espera que a taxa de câmbio fique em R$ 4,01 reais ao fim de março deste ano.
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