O Mercado Livre planeja investir R$ 4 bilhões no Brasil em 2020, como parte dos esforços para dar escala ao seu negócio de comércio eletrônico e aos serviços financeiros do Mercado Pago, disse hoje (10) o vice-presidente-executivo da empresa para América Latina, Stelleo Tolda.
O valor representa um aumento de mais de 30% em relação aos R$ 3 bilhões investidos pela companhia no país no ano passado e, segundo Tolda, ajudarão o Mercado Livre a ampliar sua eficiência logística para reduzir prazos de entrega de encomendas e ampliar o cardápio de serviços financeiros.
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Apesar do aumento, o executivo disse que terá maior foco na rentabilidade e que a meta é fechar 2020 mais perto do lucro. “Não estamos dispostos a investir a qualquer preço, com margens negativas”, disse Tolda.
Maior portal de comércio eletrônico da América Latina, o Mercado Livre anunciou nesta segunda-feira nova rodada de forte crescimento das receitas na região, com a receita líquida no quarto trimestre subindo para US$ 674,3 milhões, aumento ano a ano de 57,5% em dólar e de 84,4% em moeda constante.
O volume de vendas (GMV, na sigla em inglês) alcançou US$ 3,9 bilhões, alta de 19,7% em dólar. A quantidade de compradores únicos teve crescimento de 26,7% no trimestre, contra 25,7% no terceiro trimestre.
Em outra frente, o volume total de pagamentos com Mercado Pago alcançou US$ 8,7 bilhões, um aumento ano a ano de 63,5% em dólar. A base de usuários da carteira cresceu 29,4% na base sequencial, somando 7,9 milhões de pagadores ativos.
No entanto, o crescimento se deu num momento de crescente concorrência, o que tem levado empresas de comércio eletrônico e de produtos financeiros a ampliarem as despesas com marketing e com subsídios a clientes.
Com isso, o prejuízo líquido do Mercado Livre cresceu mais de 20 vezes no quarto trimestre, em relação a um ano antes, para US$ 54 milhões de dólares. No acumulado do ano, o prejuízo quase dobrou, para US$ 172 milhões.
De acordo com Tolda, as despesas com marketing nos próximos trimestres não devem ser tão elevadas quanto as executadas na segunda metade do ano passado. Além disso, a empresa tem começado a ser mais seletiva na concessão de subsídios, passando por exemplo a cobrar tarifas de lojistas nas operações digitais na Argentina.
“Fizemos isso porque percebemos que o serviço se tornou um valor para o lojista”, afirmou Tolda, acrescentando que a empresa “pretende fazer o mesmo em outros mercados quando for o momento certo”.
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Apesar disso, o Mercado Livre não espera que a operação do Mercado Pago atinja a lucratividade já neste ano.
O Mercado Pago tem planos de expandir a prateleira de serviços financeiros e aguarda licenças do Banco Central para as atividades de instituição financeira e de adquirente de cartões.
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