O bilionário britânico Philip Green pediu aos proprietários de imóveis das lojas do seu império de varejo cortes de aluguel de até 50%, já que o Arcadia Group, enfrenta alta queda de receita durante a crise do coronavírus.
Green, mais conhecido por ser dono da rede Topshop, já tinha dito à Forbes que é a favor de medidas assistenciais do governo e o cálculo de taxas de franquia no Reino Unido a fim de ajudar a salvar empresas de lojas físicas que não podem competir com os varejistas online.
No entanto, de acordo com relatos da emissora britânica Sky News, o empresário “se recusará” a pagar o valor total do aluguel que o grupo deve na próxima semana.
Um analista disse à Forbes que a multinacional está próxima de seu fim, descrevendo o efeito do coronavírus no varejo do Reino Unido como “difícil de sobreviver”, a menos que os donos bilionários coloquem “a mão no próprio bolso” para pagar aos funcionários “durante esse período turbulento”.
Tanto o Arcadia quanto Philip Green se recusaram a comentar, mas depois anunciaram que todas as lojas fechariam “até um novo aviso”.
Uma morte lenta
Green tem motivos para lutar pelo futuro de seu império de varejo.
Depois de vencer com sucesso a batalha para salvar suas lojas –incluindo Topshop/Topman, Miss Selfridge, Burton, Dorothy Perkins, Evans e Wallis– em junho do ano passado, o bilionário agora está travando um novo combate para o qual ele não pôde se preparar.
Pela primeira vez em muito tempo, há uma pequena porção de simpatia por Philip Green e o Arcadia e suas tentativas de dar vida a um império em luta.
O comentarista de varejo Richard Hyman, da Richard Talks Retail, disse à Forbes que a pandemia de coronavírus é “obviamente devastadora” para muitas empresas e alerta que lojas melhores com fundamentos sólidos como John Lewis e M&S também terão problemas.
Embora ele tenha permanecido sete dias em isolamento por sintomas parecidos com os da Covid-19, Hyman diz que, entre os CEOs com quem falou (por telefone ou por e-mail), “as vendas das lojas caíram 90% e online 50%”.
Sobre a questão da redução de aluguel, ele acrescenta que Philip Green e o Arcadia não estão sozinhos. “Pouquíssimas empresas podem deixar seus custos onde estão e acomodar esse tipo de declínio”, diz Hyman.
Patrimônio líquido
Nos últimos anos, o valor do patrimônio líquido estimado do bilionário caiu (mais de US$ 3 bilhões) e sua capacidade de resgatar o império Arcádia tem sido limitada. No auge de 2016, a Forbes estimou a riqueza combinada de Philip e Christina Green em US$ 5,9 bilhões.
A maior parte da fortuna Green vem de um dividendo que a multinacional gerou ao casal, de US$ 2,1 bilhões em 2005. Na época, os negócios da Topshop estavam crescendo e não houveram críticas quando Sir Philip pagou ele mesmo o que na época era o maior salário da história corporativa britânica.
Desde então, segundo estimativas da Forbes, a fortuna dos dois diminuiu a cada ano devido principalmente a um declínio no valor de seus negócios de varejo de roupas. Eles passaram de um patrimônio líquido estimado em US$ 4,8 bilhões em 2018 para US$ 3,5 bilhões no início de 2019 e US$ 2,5 bilhões em julho do mesmo ano.
Hoje, o patrimônio deles é estimado em US$ 2,1 bilhões.
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