A presidente do conselho de administração do Magazine Luiza, Luiza Trajano, defendeu ontem (31) que empresários do país mantenham por ora o nível de emprego ante a crise disparada pelo coronavírus no Brasil e que os recursos prometidos por governos federal e estaduais cheguem rapidamente à população.
“Estou pedindo para as pessoas terem calma… O governo está propondo medidas, muitas coisas que elas acham que vão ter de pagar no dia 10, não vão precisar”, disse Trajano em webconferência organizada pela XP Investimentos.
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Para Luiza, “não tem outra forma de sairmos dessa, temos que fazer um trabalho coletivo, e as empresas não devem demitir neste momento e o governo tem que injetar dinheiro neste momento”.
A executiva afirmou ainda que as medidas de injeção de recursos na economia tomadas pelo governo federal e por alguns Estados precisam ser executadas rapidamente. “Tem que fazer rápido e aprovar rápido para chegar na ponta, para dar tranquilidade para as pessoas e para que elas possam entrar em outro ciclo.”
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou ontem que medidas emergenciais destinadas à saúde das pessoas já estão em R$ 200 bilhões e podem subir. Ele comentou ainda que o governo federal deverá injetar na economia nos próximos dois a três meses R$ 800 bilhões.
Segundo Luiza, a crise desencadeada pelo coronavírus é “10% de quando o Collor confiscou a poupança”, disse ela em referência à década de 1990, quando o governo do então presidente Fernando Collor confiscou recursos da poupança de milhões de brasileiros em uma polêmica tentativa de controlar a inflação no país.
“As pessoas ainda podiam ir nas lojas. Agora elas devem ficar em casa… Não tem nada nem perto do que estamos vivendo agora. É uma mudança profunda de paradigma”, disse a empresária.
A executiva afirmou ainda que o Magazine Luiza lançou um sistema para permitir a venda online de produtos por parte de vendedores da rede e autônomos que estejam em quarentena em casa. Ela não deu detalhes.
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Luiza também afirmou que não adianta o comércio reabrir as portas agora, como defendido pelo presidente Jair Bolsonaro e uma série de setores privados do país.
“Se abrir, não vai ter cliente, porque as pessoas estão morrendo de medo. O que precisamos agora é de um pouco de previsibilidade (sobre o fim da quarentena) a partir de segunda-feira (6)”, disse a executiva durante a transmissão da XP. Ela lembrou a posição do presidente-executivo do grupo de varejo, Frederico Trajano, que afirmou que o Magazine Luiza “foi um dos primeiros a fechar (as lojas) e seremos um dos últimos a reabrir”.
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