O S&P 500 registrou seu pior trimestre desde a crise financeira de 2008 e o número de desempregados mais que dobrou, para 6,6 milhões, na semana passada. Parece um momento improvável para o surgimento de novos bilionários. No entanto, Stéphane Bancel, 47 anos, CEO da empresa de biotecnologia Moderna Therapeutics, com sede em Cambridge, no estado norte-americano de Massachusetts, é uma exceção: as ações da empresa fecharam em alta de quase 12% ontem (2), com as notícias de que esperavam iniciar a fase 2 de testes em humanos para a vacina contra Covid-19, fazendo Bancel alcançar os dez dígitos.
A Forbes estima o patrimônio líquido de Bancel em pouco mais de US$ 1 bilhão, com base em sua participação de aproximadamente 9% na empresa de capital aberto. As ações da Moderna subiram 44% desde que foram abertas em dezembro de 2018. Um porta-voz da empresa não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre a fortuna do Bancel.
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Ontem, o presidente da Moderna, Noubar Afeyan, disse à CNBC que a vacina contra a Covid-19 da empresa, que foi a primeira no mundo a iniciar testes em humanos, em 16 de março, deve passar para a fase 2 de testes com seres humanos na primavera ou no início do verão do hemisfério norte. A candidata a vacina da Moderna, desenvolvida com pesquisadores do Instituto Nacional de Saúde (NIH, na sigla em inglês) é uma das mais de três dúzias de vacinas atualmente em desenvolvimento.
Bancel, que cresceu na França e possui MBA pela Harvard Business School, além de dois mestrados em engenharia pela École Centrale Paris e pela Universidade de Minnesota, ingressou na empresa em 2011. Antes disso, ele atuou como CEO da empresa francesa de diagnóstico BioMérieux, fundada pelo colega bilionário Alain Mérieux. O ex-empregador de Bancel também está envolvido na luta contra a Covid-19, com sua subsidiária recentemente recebendo a aprovação do FDA para fabricar um novo kit de testes de 45 minutos.
Fundada em 2010, a Moderna desenvolve medicamentos e vacinas usando RNA mensageiro, que as células usam para transformar as instruções armazenadas no DNA em proteínas essenciais para a vida. Os medicamentos da empresa usam o mRNA para treinar as células de um paciente a produzir proteínas que combaterão ou impedirão a doença alvo. A Moderna terminou 2019 com uma perda líquida de US$ 514 milhões, mas a farmacêutica divulgou resultados promissores para outros dois testes de vacina de mRNA em setembro passado –um para a chikungunya, uma doença espalhada por mosquitos e encontrada principalmente na África e Ásia, e outro para o citomegalovírus, que causa defeitos congênitos. Desde então se tornou pioneira no desenvolvimento da vacina para Covid-19.
Nenhuma das outras candidatas à vacina para o novo coronavírus em desenvolvimento já iniciou testes em humanos, mas a vacina da Moderna ainda está longe de se tornar amplamente disponível. Em 20 de março, Bancel disse aos representantes do Goldman Sachs que o produto deve demorar entre 12 e 18 meses, mas que pode ser disponibilizada aos profissionais de saúde “no outono de 2020” sob uso emergencial.
“O foco principal da Moderna é a segurança de todos os envolvidos e a condução contínua de nossos programas clínicos, enquanto navegamos juntos pela pandemia”, disse Bancel em comunicado. “Também estamos focados em responder à pandemia por meio de nosso trabalho na candidata a vacina contra a Covid-19, a mRNA-1273. Nós vamos superar isso juntos”.
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