A pandemia pegou de surpresa tanto o sistema de saúde público como o privado. Para falar um pouco sobre os problemas enfrentados e as medidas que estão sendo tomadas por profissionais da área, a jornalista Fabiana Scaranzi conversou com Denise Santos, CEO do hospital privado de São Paulo Beneficência Portuguesa, ao vivo no canal do YouTube da Forbes Brasil.
A CEO se formou em engenharia e disse que as duas profissões se complementam mais do que muitas pessoas imaginam: “O que seria o médico sem o engenheiro que criou a ressonância magnética?” Ela explicou que em um hospital, encontra-se todo os tipos de profissão, então, em sua liderança ela sente que está gerindo diversos negócios diferentes de uma vez. Suas preocupações vão de marketing ao setor jurídico, da hotelaria ao cuidado com o paciente.
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Denise entrou na área da saúde há mais de dez anos e se apaixonou. Assumiu o cargo de CEO da BP em 2013 e se tornou a primeira diretora-executiva mulher da instituição em seus 160 anos de existência. Por conta da Beneficência Portuguesa ser uma empresa centenária, Denise fez questão de pontuar que essa não é a primeira crise financeira pela qual passou, e não será a última. No entanto, a CEO reconhece que o momento é único. Por sorte, há dois anos, a BP passou por uma mudança completa em sua governança e foi criado um comitê de riscos, auditoria e compliance.
Quando o assunto é crise, a empresa realiza em média 15 simulados de possíveis problemas por ano graças ao comitê. “É claro que não dá para imaginar uma pandemia rápida como essa, mas a gente tem uma discussão do desconhecido várias vezes durante o ano, por isso, todo o nosso pessoal é muito treinado”, explicou. Embora os treinos abranjam crises como incêndios ou catástrofes naturais, a CEO acredita que essa preparação fez toda a diferença para a Beneficência Portuguesa quando a pandemia bateu à porta.
A CEO começou a se preparar para uma possível crise causada pelo novo coronavírus no final de janeiro. “O brasileiro estava esperando o Carnaval para virar esse tumulto”, ela contou. “Enquanto isso, a gente já tinha executivos voltando da Ásia e entrando em quarentena mesmo sem sintoma nenhum.” Denise explicou que a preparação e o estado de alerta são vitais para uma empresa, prestando sempre atenção ao que está acontecendo com o outro e agindo rápido. Em fevereiro, o conselho administrativo já havia decidido que nenhuma viagem internacional aconteceria dali em diante –incluindo no Carnaval.
Em fevereiro também, todas as reuniões administrativas do hospital passaram a ser online, o que deu a Denise e seu time muito mais tempo para se adaptar ao novo ambiente virtual do que a grande maioria das empresas brasileiras. Em resumo, as práticas deram praticamente um mês de frente à empresa. Enquanto isso, outros negócios esperaram março para tomar uma decisão, e se viram sem escolha.
Mas isso não significa que a crise não afeta a Beneficência Portuguesa. A CEO contou que seu comitê acessa a situação diariamente, discutindo necessidades e prioridades com profissionais de todas as áreas atuantes no hospital. Para outros gestores, Denise deu dica administrativa preciosa: “Cada dia é um dia diferente, então, a tomada de decisão tem que ser muito ágil. Trabalhar com o incerto por muito tempo significa dar autonomia aos seus times para que eles possam trabalhar de forma rápida. É um projeto de confiança que a gente vem construindo, e a gente vêm sido muito feliz nas nossas decisões.”
Atualmente, o hospital da Beneficência Portuguesa tem 750 funcionários trabalhando remotamente. Dessas pessoas, 100 já tinham os recursos necessários para o home office, mas para as outras 650, a empresa levou o computador à casa de cada uma e se certificou que a internet no local era confiável. “Nós deixamos o ambiente preparado para esse colaborador trabalhar com toda a segurança.”
Para assistir à entrevista completa com a CEO Denise Santos, confira o vídeo abaixo. Outras conversas com empresários de sucesso você encontra no canal do Youtube da Forbes Brasil ou no Instagram @ForbeBR.
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