O presidente-executivo do SoftBank Group, Masayoshi Son, colocou, hoje (18), suas esperanças em um pequeno grupo de “unicórnios alados” para salvar o desempenho do Vision Fund, de US$ 100 bilhões – embora tenha dado poucas pistas sobre quais eles seriam.
Anunciando um prejuízo anual recorde para o conglomerado de tecnologia e um déficit de US$ 18 bilhões no Vision Fund, apoiado pela Arábia Saudita, Son disse em uma apresentação nesta segunda-feira que os unicórnios de tecnologia haviam mergulhado no “vale do coronavírus”.
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Mas disse que um número menor de empresas de tecnologia conseguiria e poderia responder por 90% do valor do portfólio.
Ele mostrou um slide em que desenhos de unicórnios estavam caindo em um buraco enquanto um unicórnio alado solitário voava em segurança do outro lado.
O empresário de 62 anos ofereceu poucas pistas sobre qual das 88 empresas do portfólio do fundo acabaria tendo sucesso.
Son disse que os vencedores da crise atual incluem empresas de entrega de alimentos, serviços de medicina online, streaming de vídeo e compras online. No geral, a pandemia foi um desastre para o fundo.
“Se Son tivesse uma ideia sobre quais são essas empresas, ele as destacaria”, disse Amir Anvarzadeh, estrategista de mercado da Asymmetric Advisors.
O SoftBank tem exposição limitada a áreas como educação online e streaming, com o Bytedance, proprietário do TikTok, sendo uma exceção notável. Na entrega de alimentos, houve demanda de consumidores isolados, mas os fornecedores também enfrentaram interrupções, inclusive sendo forçados a fechar.
A tese de Son de que um pequeno número de acertos pode compensar outras falhas geralmente é aplicada ao investimento em estágio inicial, porque há um potencial de obter um retorno maior.
Mas o Vision Fund se concentrou em startups em estágio avançado, o que significa que o lado positivo pode ser menor.
UM IMPÉRIO ISOLADO
O império comercial de Son está “cada vez mais isolado”, escreveu Mio Kato, analista da LightStream Research, em nota na plataforma Smartkarma.
Jack Ma, um aliado de longa data, está saindo do conselho do SoftBank, e Son, sob pressão do fundo ativista dos EUA, Elliott Management, foi forçado a vender sua participação no Alibaba para financiar recompras de ações.
O SoftBank também não conseguiu mais dinheiro dos grandes financiadores do Vision Fund, como o fundo soberano da Arábia Saudita, devido ao fraco desempenho que tem tido.
Sem mais fundos, “o Softbank não pode elevar sua marca aos valores de mercado jogando mais dinheiro bom em cima de dinheiro ruim”, escreveu Kato. O portfólio do fundo mergulhou no final de março.
Nesta segunda-feira, Son repetiu sua promessa de não resgatar partes da carteira em dificuldades, embora haja fundos em reserva para investimentos “subsequentes”.
Uma forte mudança de tom de Son foi reservada para o WeWork. Em novembro, ele havia dito que a empresa de coworking estava se encaminhando para uma rápida recuperação.
“As maiores empresas do portfólio têm uma chance relativamente boa de passar pelo vale do coronavírus”, disse Son. “A exceção é o WeWork.” (Com Reuters)
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