A Bloomberg informou hoje (7) que a britânica AstraZeneca conversou com a biofarmacêutica norte-americana Gilead Sciences sobre uma possível fusão, em um momento em que as empresas de saúde correm para encontrar tratamentos e vacinas contra o coronavírus, e as duas companhias recebem avaliações cada vez mais positivas.
A AstraZeneca entrou em contato com a Gilead em maio para falar sobre a possível fusão (o que seria o maior negócio do setor de assistência médica de todos os tempos) sem especificar termos, informou a Bloomberg, citando fontes não identificadas e familiarizadas com o assunto.
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As duas empresas não estão em negociações formais e nenhuma decisão foi tomada para prosseguir, segundo o relatório, mas a Gilead teria discutido a ideia com consultores internos.
Ainda segundo a Bloomberg, as ações da AstraZeneca aumentaram 41% nos últimos 12 meses, enquanto as da Gilead valorizaram 19% (e ganharam interesse recente dos investidores devido a indicadores precoces de que o antiviral remdesivir poderia reduzir o tempo de recuperação dos pacientes com Covid-19).
A AstraZeneca recebeu US$ 1 bilhão do governo dos EUA pela produção de sua vacina ainda não comprovada contra o coronavírus, que foi desenvolvida em parceria com a Universidade de Oxford e incluirá um ensaio clínico de Fase 3 e um estudo pediátrico.
As ações da Gilead caíram um pouco em 1º de junho, depois da empresa anunciar resultados razoáveis em um estudo de Fase 3 do antiviral remdesivir em pacientes com coronavírus. Em seguida, a Food and Drug Administration (FDA) concedeu a autorização emergencial do medicamento seguindo uma amostragem preliminar de eficácia no tratamento da Covid-19.
“Não comentamos rumores e especulações”, disse um porta-voz da AstraZeneca à Forbes. Representantes de Gileade não quiseram comentar.
Números expressivos
O valor de mercado da AstraZeneca chegou a US$ 137 bilhões em avaliação da Forbes em maio, enquanto a Gilead foi estipulada em US$ 106 bilhões.
O que observar
É interessante ficar de olho se se alguma companhia confirmar que a fusão foi discutida. A Gilead, segundo a Bloomberg, não está interessada em vender ou fundir-se com outra empresa e, em vez disso, está focada em parcerias e aquisições menores.
Cenário de base
A AstraZeneca chegou ao topo dos fabricantes de medicamentos britânicos, com sucessos recentes com o Lynparza, um remédio para câncer de ovário que também foi usado no tratamento de outras variantes da doença. A empresa também encontrou dados positivos em ensaios com o medicamento Tagrisso para câncer de pulmão.
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Em 2019, a AstraZeneca fechou um acordo de até US$ 6,9 bilhões com a farmacêutica japonesa Daiichi Sankyo Co. para um tratamento de câncer de mama, sua maior negociação em uma década. Mais recentemente, o medicamento para leucemia da AstraZeneca, Calquence, mostrou bons resultados em um pequeno número de pacientes com Covid-19. O remdesivir da Gilead ganhou as manchetes quando o Dr. Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos EUA anunciou em abril, no Salão Oval da Casa Branca, que um estudo inicial mostrou redução no tempo de recuperação em pacientes infectados pelo coronavírus. O anúncio atraiu interesse mundial, o que inclui hackers iranianos que supostamente bombardearam o e-mail da Gilead e promoveram outros ataques de segurança cibernética.
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