O SoftBank está lançando um fundo de US$ 100 milhões para investir em startups lideradas por pretos, de acordo com um memorando interno do diretor de operações da corporação, Marcelo Claure. A iniciativa ocorre em meio a uma pandemia global que afetou desproporcionalmente empresas pertencentes a minorias e à inquietação social sobre o racismo sistêmico que atinge a América.
“O ‘Opportunity Growth Fund’ será o maior fundo que fornecerá capital parapessoas pretas. Precisamos colocar dinheiro por trás disso, estabelecer planos e nos responsabilizar”, escreveu Claure na carta aos funcionários.
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Ainda que o fundo inicial comece com US$ 100 milhões e possa crescer, o capital ainda é significativamente menor que o Vision Fund, de US$ 100 bilhões da SoftBank, o qual investe no mínimo US$ 100 milhões em empresas de seu portfólio.
O cenário de financiamento para empresas pertencentes a minorias está historicamente longe de ser equitativo. Apenas 1% dos fundadores beneficiários de fundos são pretos, já os latino-americanos representam 1,8% desse grupo. Geralmente, a maioria das startups apoiadas por financiamentos é liderada por homens brancos com formação em universidades prestigiadas.
O SoftBank disse que não cobrará uma taxa de administração tradicional do Opportunity Growth Fund e investirá em empresas que estão usando a tecnologia para “promover disrupção nos modelos de negócios tradicionais”. Metade de seus ganhos será reinvestida em programas subsequentes com objetivos semelhantes, e a empresa doará parte do valor arrecadado a organizações que apóiem oportunidades para pessoas pretas.
A corporação também reconheceu que precisa aumentar as contratações sub-representadas tanto no SoftBank como em suas companhias de portfólio, principalmente em posições de liderança e assentos no conselho. Em um esforço renovado para diversificar suas fileiras, a organização anunciou a criação de um programa de diversidade e inclusão.
“Fundadores e empreendedores pretos têm muito potencial, mas precisam superar barreiras injustas que os brancos não enfrentam”, escreveu Claure. “Esta é a nossa oportunidade de remover esses obstáculos para uma nova geração de fundadores”.
O mais recente movimento do SoftBank pode representar uma quebra de paradigma para as empresas de modo a incentivá-las a encararem mais criticamente suas práticas de investimento. Da mesma forma, o Bank of America anunciou ontem (2) um compromisso de US$ 1 bilhão por quatro anos para financiar programas que tratam das desigualdades econômicas e raciais.
Claure supervisionará o Opportunity Growth Fund, ao lado de Shu Nyatta, sócio-gerente do Fundo de Inovação da SoftBank na América Latina e vários executivos importantes do Vale do Silício.
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