Como a pandemia de coronavírus forçou o fechamento de lojas em todo o mundo, alguns dos maiores nomes do varejo também sofreram, desde J.C. Penney e Sears até Debenham e Neiman Marcus. Mas, com as quarentenas diminuindo, os compradores estão voltando, mais ainda na Ásia.
O homem mais rico do Japão, Tadashi Yanai, cuja loja Fast Retailing possui a marca de roupas Uniqlo, beneficiou-se bastante dessa recuperação: o empresário adicionou US$ 9,2 bilhões à sua fortuna desde que a lista de bilionários da Forbes foi publicada em março e agora vale US$ 28,9 bilhões.
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Com os compradores se aglomerando novamente nas lojas da Uniqlo no Japão e na China, as ações da Fast Retailing de Yanai aumentaram 53% desde 19 de março, quando atingiram o nível mais baixo do ano. Os dois países representam 75% da rede mundial de 2.200 lojas da Uniqlo. A Fast Retailing possui outras marcas, como Theory, Helmut Lang, J Brand e GU, mas a maior máquina de dinheiro é a Uniqlo, contribuindo com 80% para a receita anual de US$ 21,3 bilhões da empresa.
“Os varejistas estão se dando melhor na Ásia”, diz Maureen Hinton, diretora de pesquisa da GlobalData, uma empresa de consultoria e análise de dados de Londres. “Em mercados como a China, onde as quarentenas foram removidas e onde há uma enorme base populacional, há demanda crescente”.
A Uniqlo fechou metade de suas 748 lojas na China após a imposição do bloqueio de circulação em janeiro, reabrindo gradualmente todas elas no final de abril. Enquanto isso, no Japão, 40% das lojas da Uniqlo foram temporariamente fechadas em maio, mas já foram reabertas. No mês passado, a empresa abriu duas novas lojas em Tóquio, no sofisticado Ginza e no centro comercial de Harajuku.
Parte da agitação em torno da Uniqlo ocorreu devido ao lançamento em junho do AIRism, uma linha de máscaras faciais, que desencadeou um grande fluxo online que dominou o site da empresa. Mas também atraiu compradores a visitar as lojas físicas da marca, que são mais conhecidas por sua variedade de roupas casuais acessíveis: saias femininas, por exemplo, que custam entre US$ 9,90 e US$ 39,90.
Os preços com bom custo-benefício tornam a Uniqlo relativamente imune a crises econômicas, de acordo com Dairo Murata, analista-sênior do JP Morgan em Tóquio. “Os ciclos econômicos e as tendências da moda não têm muito impacto, pois são fornecedores de roupas comuns e estão enraizados na demanda real”.
Mesmo assim, é provável que a gigante do varejo não escape do impacto da pandemia. A empresa estimou que, no ano fiscal encerrado em 31 de agosto, a receita cairá 9% para US$ 19,3 bilhões, enquanto o lucro operacional provavelmente será 44% menor, para US$ 1,34 bilhão.
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Yanai, que viveu em uma casa acima da loja de roupas de seus pais em uma pequena cidade na prefeitura de Yamaguchi, no sudoeste do Japão, sempre afirmou que deseja que a Fast Retailing se torne a maior varejista de roupas do mundo. Mas a empresa ainda fica atrás da espanhola Inditex, mais conhecida por sua marca Zara, que é a atual número um, com vendas anuais de US$ 31,6 bilhões, e da H&M da Suécia, com vendas de US$ 24,8 bilhões.
O fundador da Inditex, Amancio Ortega, é o maior bilionário na indústria de vestuário do mundo, com um patrimônio líquido de US$ 64,6 bilhões. Depois de Yanai, Stefan Persson, da H&M, ocupa o terceiro lugar com patrimônio de US$ 16,4 bilhões.
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