Exposta diariamente a impurezas e agressões invisíveis, a pele precisa de cuidados mais do que especiais. E o setor de skincare tem desenvolvido novas formas de atender a essa demanda, investindo na inovação de técnicas, equipamentos, protocolos e produtos.
Segundo o portal de estatística alemão Statista, um dos mais completos do mundo, em 2025 o mercado de produtos para a pele deve chegar perto de US$ 190 bilhões – em 2019, fechou em US$ 141 bi. Segundo o instituto de pesquisa de mercado NPD, nos EUA as vendas de produtos para a pele cresceram 13% em 2018 (para efeito de comparação, as vendas de maquiagem tradicional cresceram apenas 1%).
LEIA MAIS: Brasil é o quarto maior mercado de beleza e cuidados pessoais do mundo
Em fevereiro deste ano, a Avon realizou a primeira edição de seu Skincare Summit, em Nova York. A empresa anunciou uma novidade, desenvolvida em parceria com a Universidade de Manchester: uma molécula que estimula e reequilibra a produção de tipos de colágeno fundamentais para o antienvelhecimento.
Outro nicho que começa a ganhar relevância é o de produtos que usam canabidiol em sua formulação. Em janeiro, a Saint Jane, marca de cremes à base de CBD, estreou nas lojas da Sephora nos EUA.
Algumas novidades no mercado são o iMask Magic, da Basall, que cria máscaras faciais de colágeno a partir de ingredientes naturais, quase como um liquidificador de máscaras (US$ 300); o ZIIP Nano Current Facial Device, da ZIIP Beauty, que é uma máquina de nanocorrente elétrica que se propõe a tonificar, esculpir e dar contorno à pele, prometendo antienvelhecimento (US$ 495); e a LightStim for Acne LED Light Therapy, da Light Stim, que usa luzes LED azuis e vermelhas para “destruir bactérias causadoras da acne” (US$ 165). “O efeito bactericida e anti-inflamatório do LED azul diminui o período de inflamação da acne e previne manchas”, explica a dermatologista e colunista da Forbes Letícia Nanci. Segundo ela, alguns aparelhos de tratamento antiacne contam também com a tecnologia de vibração sônica, que estimula a circulação local e melhora a drenagem e eliminação de toxinas.
O sistema de cuidados com a pele Optune, da Shiseido, incorpora inteligência artificial (IA) e internet das coisas (IoT) para criar fórmulas personalizadas – são 80 mil combinações possíveis. Personalização também é a premissa da tecnologia Neutrogena MaskiD, da Johnson & Johnson, que produz máscaras faciais impressas em 3D.
IA tem sido usada para dar conselhos aos usuários – caso do HiMirror, um espelho inteligente controlado por voz que faz uma análise diária da pele e que simula maquiagens com o uso de realidade aumentada (RA). Em 2019, a P&G lançou o Opté Precision Skincare, que detecta manchas na pele e aplica maquiagem em pontos específicos. Empresas como a L’Oréal, por sua vez, estão levando o conceito de personalização ao nível genômico.
Sustentabilidade (incluindo o conceito de animal-free) nos produtos e nas embalagens também estão na pauta do dia. A unicórnio Ginkgo BioWorksm, por exemplo, criou uma levedura geneticamente modificada para produzir óleo de rosas sem utilizar a planta propriamente dita.
VEJA TAMBÉM: Letícia Nanci: Os efeitos do estresse na pele
Mas a sensação do momento são as escovas sônicas de limpeza facial. Além de massagear e dar um toque suave à pele, o aparelho promete a desobstrução dos poros, a remoção de resíduos e uma maior retenção de água e sabonete, possibilitando uma higienização mais efetiva. Essa foi a aposta da Foreo, empresa sueca fundada em 2013 que, com uma agressiva e bem calculada estratégia de marketing, popularizou seu produto principalmente entre o público jovem. A marca chegou ao Brasil em 2016 e investiu R$ 20 milhões em parcerias com mais de 140 influenciadores, youtubers e celebridades. “[A estratégia] foi importante para nos apresentarmos ao mercado brasileiro”, afirma Bianca Tavares, gerente geral da marca no Brasil. “Mais do que cuidar da pele, queremos que nossos consumidores vivenciem uma experiência única.”
Essa experiência inclui o mais recente lançamento da Foreo: o Luna Mini 3, com suas 8 mil pulsações por minuto em 12 intensidades diferentes. “Essas esponjas não devem ser usadas diariamente”, adverte Letícia Nanci. “A pele deve ser limpa suavemente com sabonete mais adequado ao seu tipo de pele; a orientação seria usá-las duas vezes por semana.” Com mais de 10 milhões de produtos vendidos pelo mundo, a Foreo foi avaliada em US$ 1 bilhão.
Nas clínicas dermatológicas existem avançados tratamentos não invasivos para as queixas mais frequentes: manchas, envelhecimento e gordura localizada. Ainda novo no mercado, o ultrassom macrofocado (de nome comercial Scizer) promete diminuir a gordura localizada de regiões como abdome, costas, coxas e braços. O tratamento (de uma a três sessões) é praticamente indolor.
O laser de picossegundos, uma grande inovação na área da dermatologia, permite a remoção de manchas e tatuagens em todos os tipos de pele – inclusive negra e asiática, que mancham mais. Esse tipo de laser emite energia muito rapidamente na pele, não causando o efeito de aquecimento comum dos outros lasers. Além da remoção de manchas, também é usado para rejuvenescimento, tratamento de cicatrizes, linhas finas e flacidez. Para homens com queixa frequente de calvície, existem inúmeros tratamentos eficazes.
Uma boa opção, cientificamente comprovada e aprovada pela FDA, são os capacetes e bonés de laser de baixa intensidade, infravermelho e LED vermelho, que promovem fotobiomodulação – com melhora da densidade do folículo e estímulo de crescimento de novos fios. Algumas marcas são IGrow, Hair max e a nacional Capelux. “A recomendação é usá-los diariamente por alguns minutos”, conclui a doutora Letícia.
Reportagem publicada na edição 76, lançada em abril de 2020
Siga FORBES Brasil nas redes sociais:
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Inscreva-se no Canal Forbes Pitch, no Telegram, para saber tudo sobre empreendedorismo.
Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.
Tenha também a Forbes no Google Notícias.