A oferta da Microsoft para comprar parte das operações do TikTok de sua proprietária chinesa ByteDance será um esforço tecnicamente complexo que pode testar a paciência do governo do presidente Donald Trump, de acordo com fontes familiarizadas com o assunto.
Trump deu à Microsoft até 15 de setembro para fechar um acordo que proteja os dados pessoais de usuários norte-americanos no aplicativo. A Microsoft está negociando um período de transição que dará tempo de isolar o TikTok da tecnologia da ByteDance, informou a Reuters em 2 de agosto.
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A ruptura que Trump e parlamentares dos EUA esperam pode levar um ano ou mais, disseram algumas fontes.
O TikTok é tecnicamente semelhante ao aplicativo Douyin, também da ByteDance e disponível apenas na China, e compartilha recursos técnicos com ele e outras propriedades da empresa, disseram pessoas próximas do assunto.
A ByteDance começou a trabalhar na separação tecnológica do TikTok há vários meses, em meio ao escrutínio do governo dos EUA, disse uma fonte.
Embora o código do aplicativo, que determina o design do TikTok, tenha sido separado do Douyin, o código do servidor ainda é parcialmente compartilhado entre outros produtos da ByteDance, disse a fonte.
Qualquer dependência técnica ou operacional contínua dos negócios dos EUA na empresa chinesa após a venda geralmente seria inaceitável para o Comitê de Investimento Estrangeiro dos Estados Unidos (CFIUS), disse Aimen Mir, ex-secretário adjunto do Tesouro responsável pelo CFIUS, agora sócio do escritório de advocacia Freshfields Bruckhaus Deringer.
Outro desafio que a Microsoft enfrenta é como vai transferir o que é visto como o ingrediente secreto do TikTok, o mecanismo de recomendação que mantém os usuários grudados em suas telas. Este algoritmo alimenta a seção “For You” do aplicativo, que recomenda o próximo vídeo a ser assistido com base em uma análise da atividade do usuário.
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O TikTok usa algoritmos de recomendação independentes do Douyin, segundo duas fontes. Mas o que o faz funcionar é o conteúdo e as informações do usuário que são inseridos no algoritmo.
“Algoritmos não valem nada sem os dados”, disse Jim DuBois, ex-diretor de informações da Microsoft e consultor de risco na Ignition Partners.
As negociações da Microsoft para a aquisição das operações do TikTok nos EUA, Canadá, Nova Zelândia e Austrália complicam a separação. Não apenas o TikTok teria que ser separado da ByteDance, como também teria que ser separado das outras regiões em que opera. Isso aumenta os desafios técnicos devido à quantidade de dados envolvidos.
“Segmentar os dados para esses países é uma tarefa significativa”, afirmou DuBois. (Com Reuters)
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