O grupo de produtos de luxo LVMH disse hoje (10) que vai contra-atacar a fabricante de jóias Tiffany por má administração e violação dos termos do acordo de aquisição, segundo um comunicado divulgado um dia após o conglomerado ter anunciado a desistência do negócio e a joalheria se posicionar para forçar o acordo.
O contra-ataque é esperado para dentro de alguns dias, segundo o “New York Times”;
VEJA TAMBÉM: Ações da Tiffany caem 9% após notícia de que acordo com a LVMH pode fracassar
No comunicado, a LVMH disse que estava “surpresa com a ação movida pela Tiffany”, que foi “claramente preparada há muito tempo, comunicada de forma enganosa aos acionistas e é difamatória”.
O proprietário da Louis Vuitton disse que seu processo correrá em Delaware – onde a Tiffany, empresa norte-americana, processou a LVMH ontem (9) – por má gestão dos negócios este ano, o que inclui o pagamento de dividendos enquanto registrou prejuízos.
A LVMH afirma que não pode concluir a aquisição por ordens do governo francês, que queria que a empresa esperasse até janeiro para fechar o negócio, em vez do prazo original de novembro.
O governo francês está preocupado com a ameaça de possíveis tarifas dos Estados Unidos sobre produtos de luxo franceses, segundo o “Times”.
A Tiffany não respondeu ao contra-processo da LVMH na manhã desta quinta-feira.
“A LVMH se defenderá vigorosamente”, disse a empresa em comunicado. “A longa preparação do [processo da Tiffany] demonstra a desonestidade da empresa em suas relações com a LVMH. Esta ação é essencialmente baseada na acusação da Tiffany de que a LVMH falhou em tomar as medidas razoavelmente necessárias para obter as aprovações das várias autoridades regulatórias em tempo hábil. Esta acusação não tem fundamento e a LVMH vai demonstrar isso ao Tribunal de Delaware.”
E AINDA: LVMH cancela oferta de compra da Tiffany & Co.
As ações da LVMH e da Tiffany subiram ligeiramente, 0,68%, na abertura dos mercados, apesar da notícia do contra-ataque.
A LVMH disse, em novembro de 2019, que compraria a Tiffany & Co. por US$ 16,2 bilhões. Desde então, o negócio tem sido atormentado pelas dúvidas da LVMH de que estaria pagando muito pela marca – o proprietário do grupo de luxo e bilionário Bernaud Arnault partiu para as negociações com Tiffany para reduzir o valor combinado de US$ 135 por ação. Essa tentativa foi abandonada, mas a LVMH continuou a procurar outras maneiras de renegociar o acordo em meio à pandemia de coronavírus. Em processo movido ontem, a joalheria argumenta que a LVMH não cumpriu suas obrigações de buscar a autorização antitruste e, portanto, não pode alegar que a Tiffany violou o acordo de fusão. A Tiffany lançou, ainda, outra acusação ao conglomerado de luxo: “Esta última empreitada representa nada além do esforço mais recente da LVMH de evitar sua obrigação de concluir a transação nos termos acordados, não muito diferente das tentativas oportunistas e infundadas do grupo de usar os acontecimentos sociais dos EUA, como os protestos e a pandemia Covid-19, para evitar o pagamento do preço acordado pelas ações da Tiffany”. O acordo entre a LVMH e a Tiffany é uma das muitas fusões e aquisições que saíram dos trilhos em meio à pandemia do novo coronavírus.
Siga FORBES Brasil nas redes sociais:
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Participe do canal Forbes Saúde Mental, no Telegram, e tire suas dúvidas.
Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.
Tenha também a Forbes no Google Notícias.