O banco digital Nubank publicou um compromisso antirracista, em que detalha movimentos iniciais e promete uma “agenda real com ações concretas e ambiciosas” para promover uma transformação em diversidade racial.
Na carta publicada hoje (25), no blog da empresa, o CEO da empresa David Vélez e os cofundadores Cristina Junqueira e Edward Wible descrevem suas intenções de fomentar a inclusão étnica nos espaços de trabalho em sua operação no Brasil e em outros mercados latinos em que está presente.
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O compromisso segue as declarações de Junqueira na última segunda-feira (19) no programa Roda Viva, da TV Cultura, em que falou sobre os desafios em recrutar profissionais negros, em particular para funções no alto escalão da fintech.
“Eu acho que recrutar no Nubank sempre foi difícil. O maior desafio do Nubank é gente. Não dá para nivelar por baixo”, Junqueira disse na sabatina, quando questionada sobre possíveis barreiras de contratação.
Após a repercussão da fala da cofundadora, a empresa se movimentou para endereçar a questão. Segundo a publicação, a fintech passou os últimos dias em conversas com a comunidade negra de funcionários, com ativistas negros de fora do Nubank e também com clientes.
“Nessas conversas, vimos o quanto precisamos avançar, dentro e fora de casa, com uma agenda de reparação histórica e de combate ao racismo estrutural”, disseram os fundadores na carta publicada hoje.
“A diversidade foi sempre, sim, parte da nossa cultura. O equívoco foi achar que ter o valor por si só bastava”, diz a publicação, em referência a programas de formação como o Diversidados, curso de ciência de dados gratuito e exclusivo para inclusão de grupos sub-representados no setor de tecnologia, que a fintech oferece em parceria com as organizações AfroPython, Reprograma e EducaTransforma.
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“Ficamos acomodados com o progresso que tivemos nos nossos primeiros anos de vida que se refletia em algumas estatísticas relativas à igualdade de gênero e LGBTQIA+, por exemplo, que, repetidas, mascaravam a necessidade urgente de posicionamento ativo também na pauta antirracista”, continua a publicação.
A publicação segue com uma retratação: “Pedimos desculpas aos Nubankers negros, ao movimento negro e aos grupos sub-representados por não termos feito mais”. E continua com a percepção da necessidade de entender as questões para transformar, assumindo o compromisso de criar iniciativas efetivas de reparação.
“Estamos desenhando uma agenda real com ações concretas e ambiciosas de transformação na área de diversidade racial, a qual dividiremos ainda em novembro com os números do nosso compromisso.”
Como parte das ações imediatas, a fintech anunciou na publicação uma parceria entre o banco e o Instituto Identidades do Brasil (ID_BR), que confere à iniciativas engajadas com a inclusão étnica o selo “Sim à Igualdade Racial”. A empresa diz ter dobrado o tamanho da equipe dedicada a recrutar profissionais de grupos sub-representados em todas as posições e níveis da empresa, e que reforçou a busca por lideranças negras para apoiar seu compromisso.
Prometendo mais resultados ainda em novembro, mês da Consciência Negra, o Nubank diz que pretende “desafiar de novo o status quo — desta vez, no campo da diversidade e inclusão racial no Brasil e na América Latina”.
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“Temos certeza que esse trabalho trará benefícios para o Nubank e para a sociedade”, disseram os fundadores na publicação, que aproveita para convocar outras empresas do setor para fazerem o mesmo.
“Esperamos que bancos, fintechs e demais agentes do sistema financeiro entrem nesse movimento conosco para ajudar a mudar a realidade à nossa volta.”
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