O anúncio da Disney sobre demissões em massa em sua divisão de Parques, Experiências e Produtos criou ondas de impacto em toda a indústria de entretenimento temático. De acordo com um comunicado, aproximadamente 28 mil empregados domésticos serão afetados pelas demissões, dos quais cerca de 67% trabalham meio período. A pandemia de coronavírus em curso e o fechamento contínuo de alguns parques e resorts da marca resultaram em uma perda de US$ 2 bilhões para o segmento de Parques, Experiências e Produtos no terceiro trimestre.
As demissões serão sentidas em toda a empresa, desde executivos a funcionários horistas que trabalham dentro dos parques. É importante observar que, embora muitas pessoas pensem que isso afeta apenas os parques temáticos mais conhecidos, a divisão de Parques, Experiências e Produtos da Walt Disney Company, também abrange o Disney Resort & Spa no Havaí, Disney Vacation Club, Disney Cruise Line and Adventures, Walt Disney Imagineering e a divisão Disney Consumer Products, Games and Publishing.
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O Disneyland Resort em Anaheim, Califórnia, emprega cerca de 32 mil pessoas em dois parques temáticos, um distrito comercial e gastronômico e três hotéis. O resort está fechado desde março e poucos funcionários voltaram ao trabalho. De acordo com o Unite Here Local 11, o sindicato que representa quase 3.000 funcionários da Disneylândia, 950 sindicalistas serão demitidos a partir de 1º de novembro.
Em abril, o Walt Disney World Resort em Orlando, Flórida, que tem mais de 70 mil funcionários, suspendeu 43 mil deles e continuou pagando benefícios de saúde aos licenciados. O parque reabriu em julho, mas, mesmo com alguns funcionários voltando ao trabalho, a Disney avisou em agosto que as licenças seriam estendidas. Aos poucos, com a abertura de mais hotéis e setores dos parques, a companhia liga para funcionários que são necessários caso a caso, incluindo a equipe de recreação de hotéis que estavam trabalhando na NBA Bubble, a zona de isolamento com regras estritas criadas pela National Basketball Association para proteger os jogadores dos times de sua liga durante a pandemia
Enquanto o Walt Disney World está conseguindo passar por essa fase, a Disneylândia –da Califórnia– não consegue. O turismo é uma das maiores fontes de renda para as pessoas que vivem em Anaheim. Sem que o Disneyland Resort tenha permissão para abrir seus parques ou hotéis, os locais estão lutando para ganhar a vida, mesmo que não trabalhem diretamente para a Disney. Mike Lyster, diretor de comunicação de Anaheim, disse: “A cidade está prevendo um déficit orçamentário de US$ 100 milhões, que será sentido pelas pessoas em toda a nossa cidade”. O desemprego no município está em 15%, a maior taxa desde a Grande Recessão, 12%.
No início da pandemia e do fechamento dos parques temáticos da Disney, os executivos da empresa realizaram um corte drástico no pagamento. Em um memorando de 30 de março, o CEO, Bob Chapek, disse: “A partir de 5 de abril, todos os VPs terão seus salários reduzidos em 20%, os SVPs em 25% e os EVPs acima em 30%”. Chapek teve uma redução de 50% e Bob Iger, presidente executivo, abriu mão de 100% de seu salário. Quando o memorando foi divulgado, não havia data de término definida. Em agosto, os executivos foram alertados de que os pagamentos seriam retomados.
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Uma pergunta gritante que muitas pessoas têm é: por que a Disney não consegue canalizar dinheiro de seus outros braços para salvar funcionários do setor de parques? A resposta simples é que cada braço da empresa (Marvel, Pixar, Star Wars, Parques, Experiências e Produtos, Direto ao Consumidor e Internacional, etc.) tem seu próprio orçamento e maneira de fazer as coisas. Mesmo que a The Walt Disney Company seja uma empresa multibilionária, cada braço opera como um negócio próprio.
A empresa tem um longo caminho a percorrer antes de ser capaz de retomar as operações normais. A pandemia mostrou que não importa o quão grande e aparentemente indestrutível uma empresa seja, existem situações que fazem desabar o castelo de cartas perfeitamente equilibrado.
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