O governo do Brasil apoiou ontem (10) a proposta “Clean Network” dos Estados Unidos para criar uma aliança digital global que exclui tecnologias que Washington acredita serem manipuladas pelo governo comunista da China.
O endosso veio durante uma visita de Keith Krach, subsecretário de Estado de Crescimento Econômico, Energia e Meio Ambiente dos EUA, que aconselhou o Brasil a não comprar equipamentos de redes de comunicação de quinta geração (5G) da chinesa Huawei Technologies Co Ltd, que ele classificou como “a espinha dorsal da vigilância global da China”.
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A Huawei negou diversas vezes que é um risco de segurança, disse que cumpre as leis brasileiras e que está disponível para testes e esclarecimentos que as autoridades considerarem necessários.
“O Brasil apoia os princípios contidos na proposta do Clean Network feita pelo EUA, inclusive na Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE)” disse um comunicado conjunto EUA-Brasil emitido depois de Krach se reunir com autoridades do Ministério das Relações Exteriores.
A iniciativa é destinada “a promover, no contexto do 5G e outras novas tecnologias, um ambiente seguro, transparente e compatível com os valores democráticos e liberdades fundamentais”, disse o comunicado.
Em Washington, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, disse ainda ontem que quase 50 países, 170 empresas de telefonia e muitas das maiores companhias do mundo já se filiaram.
“Isto inclui 27 dos 30 aliados da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), 31 de 37 membros da OCDE, 26 de 27 membros da UE (União Europeia) e 11 das 12 nações dos Três Mares”, disse Pompeo.
O governo dos EUA ofereceu financiamento às empresas de telecomunicações brasileiras como incentivo para que comprem de fornecedores ocidentais, como Nokia e Ericsson, ao invés da Huawei.
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As quatro maiores empresas de telecomunicações do Brasil já estão testando equipamentos da Huawei antes do leilão de concessões de frequências de 5G do ano que vem, e disseram que estão relutantes em reduzir suas opções.
Elas não aceitaram um convite da embaixada dos EUA para se encontrarem com Krach na sexta-feira (13) em São Paulo, disseram fontes da indústria, porque o convite “não é compatível com as escolhas de livre mercado”. (Com Reuters)
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