A quarta maior fabricante de cosméticos do mundo, Natura&Co, está dando os primeiros passos para abrir pontos de venda na China continental e espera abrir sua primeira loja física no país no final de 2021, disseram executivos do grupo brasileiro hoje (13).
A companhia já fez o trabalho de estabelecer uma empresa na China e vai focar no país as marcas Aesop e The Body Shop inicialmente, afirmou o presidente-executivo do conselho de administração da Natura&Co, Roberto Marques, em teleconferência com analistas.
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“Estamos altamente comprometidos na China. Já estabelecemos uma corporação Natura&Co e estamos na fase de registro de produtos, o que vai consumir metade do ano que vem”, disse o executivo. Ele acrescentou que o grupo está dando “passos cautelosos para estar em linha com nossos valores, por exemplo, com proibição de testes com animais”.
A primeira loja física na China será da marca Aesop, a ser implantada em Xangai no quarto trimestre do ano que vem, disse o executivo.
A Natura&Co divulgou na noite de ontem (12) lucro líquido do terceiro trimestre quase estável ante mesmo período de 2019, mas com crescimento do lucro operacional (Ebitda) de 33%, apoiado em parte por fortes vendas do grupo no Brasil.
As ações da companhia subiram 3,6% às 13h31, enquanto o Ibovespa mostrava variação positiva de 1,3%.
Executivos da companhia mostraram otimismo sobre o quarto trimestre no Brasil, o principal período para o varejo no país, mas comentaram certo receio com a volta de lockdowns e outras medidas de isolamento social na Europa, onde o número de casos de coronavírus tem avançado.
Marques afirmou que 95% das lojas das marcas Aesop e The Body Shop já reabriram na Europa e isso ajuda a explicar parte da força do resultado no trimestre passado. “As lojas estão vendo um pouco mais tráfego, com tíquete médio mais alto. Mas com a volta de alguns lockdowns isso pode ser uma questão (para o quarto trimestre)”, disse o executivo.
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Sobre a integração com a norte-americana Avon, o presidente e diretor financeiro da Natura&Co, João Paulo Ferreira, afirmou que o grupo está “muito otimista” com a marca na América Latina e que o desempenho trimestral ainda não reflete as mudanças estruturais que a empresa está promovendo. De julho a setembro, a Avon teve o primeiro crescimento de receita no Brasil desde o quarto trimestre de 2018.
“A marca Avon avançou 10 posições no ranking de reputação na América Latina. Retomamos há poucas semanas a comunicação da marca”, disse Ferreira. “Quando as mudanças estruturais estiverem implementadas no começo do ano que vem, conseguiremos de fato sustentar a trajetória positiva da Avon na América Latina”, acrescentou o executivo.
Entre as mudanças estão a simplificação do catálogo de produtos da Avon e a digitalização de seus canais de venda, disseram os executivos.
Em outra frente, os executivos comentaram sobre esforços para lançar uma plataforma proprietária de serviços financeiros para municiar seu exército de consultoras com ferramentas de vendas mais eficientes, chamada “&CoPay”.
A plataforma foi lançada no terceiro trimestre no Brasil e será ampliada em um segundo momento para a América Latina e, depois, para o restante das operações internacionais. A expansão da &CoPay vai receber recursos do recente aumento de capital de US$ 1 bilhão concluído pelo grupo, disse Marques. (Com Reuters)
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