O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) lançou ontem (23) o primeiro levantamento sobre práticas de remuneração dos conselhos de empresas privadas. O anúncio, feito durante o 21º congresso anual do instituto, apontou que mais de 80% dos conselheiros recebem salário pelo serviço prestado e que que mais da metade tem ganhos de até R$ 15 mil ao mês, independentemente se a participação é administrativa ou consultiva.
Apesar de grande parte dos participantes de conselhos receberem mais de R$ 15 mil, existem diferenças de remuneração entre conselheiros consultivos e administrativos. Entre os membros de consulta, 26,2% recebem entre R$ 5.000 e R$ 10 mil, mas quando o cargo é administrativo o valor oscila entre R$ 10 mil e R$ 15 mil para 25,5% dos casos.
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Quando se trata dos “magnatas” dos conselhos, aqueles que recebem mais de R$ 30 mil ao mês, a pesquisa identificou que apenas 4,8% dos membros de consulta chegam a tais valores, enquanto no âmbito administrativo a parcela é de 11,7%.
As lacunas de remuneração quanto ao gênero dos membros administrativos também foram observadas no levantamento feito com 269 profissionais: entre elas, 33,3% recebem até R$ 5.000 ao mês, enquanto apenas 9,3% dos homens estão nessa faixa salarial. A pesquisa ainda constatou que só 5,6% das mulheres são remuneradas acima de R$ 30 mil reais pela participação, já o percentual masculino chega a 12,7%, mais que o dobro.
Quando o tema de gênero parte para os profissionais de consulta dos conselhos, a diferença é ainda mais expressiva: 55,5% das profissionais desta modalidade recebem até R$ 15 mil ao mês, enquanto 57,5% dos homens ganham acima de R$ 10 mil –sendo 34%% entre R$ 10 mil e R$ 20 mil, 19,2% entre R$ 20 mil e R$ 30 mil, e 4,1% acima de R$ 30 mil.
Há diferenciação salarial verificada quanto ao setor de atuação de cada empresa também. A área que se destaca em remuneração acima de R$ 30 mil reais é a de infraestrutura, com 25% dos respondentes dentro deste quadro de ganhos mensais. Já o setor de petróleo e gás tem 88,8% do seu corpo de conselho com salário de até R$ 15 mil ao mês e 0% acima de R$ 30 mil.
Por fim, a pesquisa analisou a distribuição salarial por região do país e o destaque vai para o Nordeste, onde 25% dos conselheiros administrativos respondentes recebem acima de R$ 30 mil. O Sudeste, que compreende a megalópole de São Paulo e os estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo, remunera apenas 16% dos seus membros administrativos acima de R$ 30 mil ao mês. Por outro lado, a região Nordeste é a que rende os ganhos mais baixos para o corpo consultivo, com 100% dos participantes remunerados em até R$ 15 mil ao mês. A região Sul é a com maior concentração de conselheiros consultivos na faixa mensal acima dos R$ 30 mil, com 6,9%.
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