O Brasil, maior produtor e exportador global de soja, ainda não tem registros de embarques da oleaginosa previstos para janeiro nos portos, informou ontem (6) a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), após um atraso no plantio da safra 2020/21 que deve reduzir a oferta do grão neste primeiro mês de colheita.
Segundo a Anec, somente 642,9 mil toneladas de milho foram embarcadas na semana de 27 de dezembro a 2 de janeiro, e mais 976,9 mil toneladas do cereal estão previstas para exportação entre os dias 3 e 9 deste mês. Enquanto isso, 469,7 mil toneladas de farelo de soja foram enviadas ao exterior de 27 de dezembro a 2 de janeiro, e 309,5 mil toneladas são estimadas para o período entre 3 e 9 de janeiro.
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No final do ano, no entanto, números da associação indicam que o país embarcou 89,6 mil toneladas de soja em dezembro, queda expressiva ante as 2,55 milhões de toneladas comercializadas no mesmo mês de 2019, em meio à baixa oferta. Apesar do recuo, as exportações acumuladas no ano de 2020 atingiram 82,27 milhões de toneladas, alta de 13,5%, mostrou a associação.
No milho, as vendas internacionais do Brasil chegaram a 3,9 milhões de toneladas em dezembro, alta de 34% em relação ao mesmo período de 2019. Entretanto, a associação disse que os embarques do cereal acumulados em 2020 atingiram 33,6 milhões de toneladas, redução de 18,4% comparados ao ano anterior.
Em meio a um cenário de oferta restrita após fortes exportações no ano passado e atraso na colheita, dados da programação de navios da agência marítima Cargonave indicam que os embarques de soja do Brasil devem cair mais de 75% em janeiro na comparação com o mesmo mês do ano passado, para cerca de 300 mil toneladas.
Apoiado pela demanda chinesa e pela valorização do dólar durante a pandemia do novo coronavírus, o Brasil ampliou as vendas de suas principais commodities no ano passado e bateu recordes em produtos como petróleo, açúcar e nas carnes bovina e suína.
Ainda de acordo com a Anec, as vendas internacionais de farelo de soja no último mês chegaram a 1,1 milhão de toneladas e, com isso, 16,85 milhões de toneladas do produto foram exportadas em 2020 (+6,9% ante 2019). (com Reuters)
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