A Virgin Orbit, empresa de lançamento de satélites do bilionário Richard Branson, alcançou a órbita com sucesso, tornando a Virgin uma das poucas companhias a chegar ao importante marco.
Depois de falhar em um teste em maio do ano passado, a Virgin Orbit se tornou ontem (17) a primeira empresa de lançamento do mundo a lançar com sucesso um foguete em órbita a partir da parte de baixo de uma asa de um 747 no ar. A tecnologia permite que satélites sejam lançados de pistas ao redor do mundo e provavelmente abrirá as oportunidades no espaço para países, empresas e instituições educacionais menores.
O Boeing 747 da Virgin, chamado de Cosmic Girl, decolou de Mojave, no Sudoeste dos Estados Unidos, por volta das 14h (EUA) de ontem, lançando o LauncherOne que estava sob sua asa 40 minutos depois. Sem uma transmissão ao vivo no estilo SpaceX, centenas de fãs acompanharam a tuítes em tempo real, (principalmente) desejando sucesso ao bilionário britânico e sua equipe sediada nos EUA.
Às 14h50, a Virgin Orbit anunciou que o “LauncherOne atingiu a órbita!” depois de se desprender com sucesso da parte inferior da asa do 747 e decolar. “Todos na equipe que não estão no controle da missão agora estão ficando absolutamente eufóricos.” A Orbit tuitou: “Até mesmo o pessoal no controle das comunicações está tentando não parecer muito animado”.
Carregando dez pequenos satélites da Nasa, a Orbit confirmou que o veículo de lançamento LauncherOne iria “deslizar” por cerca de meia hora, antes de entregar sua carga.
Uma hora depois, a Orbit confirmou pelo Twitter: “O comando de separação de carga foi emitido conforme planejado. A equipe está analisando os dados para confirmação –mas é muito encorajador”.
Thomas Zurbuchen, administrador associado da Nasa parabenizou a equipe da Virgin. “Eu sei que ainda há muitas etapas. Mas, que conquista incrível a de hoje, equipe [da Virgin Orbit].”
Em um comentário enviado à Forbes, Peter Beck da concorrente neozelandesa Rock Lab também parabenizou o time da Virgin Orbit: “Alcançar a órbita pela primeira vez é uma conquista significativa e esperamos que a equipe esteja comemorando muito antes do próximo grande passo para entregar resultados regulares e lançamentos confiáveis”.
Branson agora se junta ao pequeno grupo de empresários que alcançou a órbita terrestre baixa. Elon Musk e sua SpaceX atingiram o marco em setembro de 2008, na quarta tentativa, enquanto a Rocket Lab já fez 17 lançamentos orbitais desde o primeiro voo de sucesso em janeiro de 2018.
Dinheiro bem gasto?
Grande parte da conversa sobre a Virgin Orbit se concentrou na quantidade de dinheiro gasto –mais de US$ 1 bilhão de dólares segundo Branson– apesar de não ter alcançado a órbita até agora, uma conquista notoriamente difícil.
Em um ano de recapitalização de todo o Virgin Group depois que a pandemia Covid-19 paralisou a aérea Virgin Atlantic, de Branson, perguntas foram feitas sobre por que tanto dinheiro foi gasto na Orbit em um momento em que a Virgin enfrentava uma luta genuína por sua própria sobrevivência. A questão não passou despercebida para William Pomerantz, vice-presidente de projetos especiais da Virgin Orbit, que disse à Forbes em setembro, enquanto a companhia lutava durante a pandemia: “Todos nós estamos lendo essas mesmas notícias e vendo a repercussão nas redes sociais”, disse Pomerantz sobre os problemas enfrentados pela Virgin Atlantic na época. “Isso nos motiva”
Apesar de cortar mais de 3.000 postos de trabalho na Virgin Atlantic, Branson manteve sua fé na Orbit mesmo com as fortes críticas dos rivais. Peter Beck, do Rocket Lab, afirmou ter alcançado a órbita com muito menos dinheiro e os investidores contestaram se a Virgin seria capaz ou não de competir no mercado (menor do que o esperado) ao lado da SpaceX –que transportará satélites a granel– e da Rocket Lab, que oferece um serviço mais personalizado.
No entanto, a fé de Branson na Virgin Orbit, que se separou da Virgin Galactic em 2017, provavelmente valeu a pena e o empresário britânico terá como objetivo construir um negócio com a tecnologia que agora ele provou que pode e irá funcionar.
A meta de Branson agora são os relacionamentos comerciais de longo prazo com alguns dos maiores nomes do setor. A Virgin Orbit disse à Forbes no passado que seu “primeiro cliente”, a Nasa, será de extrema importância, enquanto as oportunidades no Reino Unido (pós-Brexit) estão se abrindo junto com o trabalho para a Força Aérea dos EUA e a Força Espacial dos EUA. Empresas privadas como a SITAEL, uma companhia espacial privada italiana, também manifestaram interesse.
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