A Vale afirmou ontem (21) que o incêndio ocorrido na semana passada no Terminal Marítimo de Ponta da Madeira, em São Luís (MA), não terá impacto sobre os embarques e produção de minério de ferro da empresa.
Segundo a companhia, as causas do incêndio em um dos oito carregadores do terminal, em 14 de janeiro, ainda estão sendo apuradas. Em nota anterior, a empresa já havia informado que não houve vítimas ou danos ambientais, e que não seriam vistos efeitos nas programações mensais de embarques.
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Na quarta-feira (20), porém, analistas do banco BTG Pactual destacaram em nota a clientes a possibilidade de o incidente causar dúvidas sobre a meta de produção da empresa em 2021, de 315 milhões a 355 milhões de toneladas de minério de ferro.
A Vale, por sua vez, afirmou no comunicado desta quinta-feira que “espera concluir as atividades de manutenção do CN6 ainda no primeiro semestre de 2021, não impactando, portanto, os embarques e produção de 2021”. O CN6 é o carregador afetado pelo incêndio. A empresa disse que espera retomar nos próximos dias os embarques no píer em que ele está localizado, através de um segundo carregador que não foi atingido.
“Não haverá impacto na programação mensal de embarques de minério de ferro em função da tradicional sazonalidade de produção no Sistema Norte, em decorrência do período chuvoso no Norte do Brasil, e de uma produção esperada para 2021 no Sistema Norte abaixo dos 230 milhões de toneladas por ano de capacidade de embarque”, afirmou a Vale na nota.
PELOTAS
A mineradora também informou ontem (21) que retomou na véspera a produção de pelotas na pelotizadora (compressora que molda um determinado material em formato de pallet) de Vargem Grande, em Nova Lima (MG), que estava paralisada desde fevereiro de 2019.
A empresa destacou em comunicado que o ativo possui capacidade nominal de 7 milhões de toneladas por ano, sendo que a expectativa de produção em 2021 alcança cerca de 4 milhões a 5 milhões de toneladas anuais. “A Vale reforça seu compromisso com a retomada segura e estável de sua capacidade produtiva”, afirmou a companhia.
BRUMADINHO
O governo de Minas Gerais encerrou negociações com a Vale e deu um último prazo de 10 dias para que a mineradora apresente uma nova proposta que seja considerada suficiente para o fechamento de um acordo global sobre reparações pelo desastre de Brumadinho, disse o secretário-geral da administração estadual ontem (21).
Ao deixar o que ele disse ter sido a última audiência de mediação com a mineradora sobre o tema, Mateus Simões subiu o tom e afirmou a jornalistas que não será aceito um valor “como se fosse uma migalha” e que a empresa “é a criminosa nesse processo, ela precisa demonstrar um pouco mais de contrição, não há ninguém aqui pedindo favores para a Vale”.
A mineradora disse à Reuters que continuará a cumprir integralmente sua obrigação de reparar e indenizar as pessoas, bem como de promover a reparação do meio ambiente, independentemente de haver condenação ou acordo. “Até o momento, a empresa destinou cerca de R$ 10 bilhões para estes fins. A Vale reitera sua confiança no Poder Judiciário”, informou em nota.
Minas Gerais almejava fechar um acordo antes que o rompimento fatal da barragem da Vale em Brumadinho complete dois anos, na próxima segunda-feira. A tragédia deixou cerca de 270 pessoas mortas, além de ter atingido a cidade, mata e instalações da própria mineradora. (com Reuters)
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