Uma das certezas do pós-pandemia é de que o segmento de saúde jamais voltará a ser o mesmo. A mudança de perspectiva em relação à telemedicina e a alta na curva de adesão das pessoas por plataformas digitais vêm ampliando as oportunidades e, sobretudo, o impacto financeiro das healthtechs. Pesquisa da Sling Hub, encomendada pelas startups BenCorp e Saúde da Gente, mostra que, em 2021, foram mapeadas 1158 empresas do segmento, ante 542 no ano passado. Essas startups movimentaram aproximadamente R$ 1,8 bilhão.
Ainda de acordo com a pesquisa, a maioria das empresas ativas são de gestão e acesso à saúde. Com a conexão 5G, aponta o estudo, um avanço ainda maior está previsto, sobretudo, no que se refere às consultas por telemedicina, monitoramento e procedimentos cirúrgicos remotos. “As healthtechs contribuem para atender a uma demanda de mercado cada vez maior, e ainda modernizam ações de saúde atacando dores que métodos convencionais não conseguem. O Brasil é considerado, hoje, o maior mercado de saúde da América Latina e o sétimo no mundo todo. Somente aqui, movimentam-se por volta de US$ 42 bilhões ao ano com cuidados à saúde privada, por isso, os benefícios da inteligência artificial para esse ecossistema são imensos”. explica Luís Chicani, CEO da Saúde da Gente.
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“A tecnologia, aliada a processos mais ágeis a fim de entregar a melhor solução, faz com que as healthtechs sejam vistas como uma escolha eficaz. E são muitas as áreas de atuação dessas startups, que vai desde Big Data e analytics, para análise completa de dados e aplicações precisas voltadas à área da saúde. Tudo de acordo com cada usuário individualmente, desde o desenvolvimento de prontuário eletrônico, o que aumenta a eficiência dos atendimentos, até o acompanhamento completo da saúde”, afirma César Ciongoli, CEO da BenCorp, healthtech de gestão integrada em benefícios, saúde ocupacional e segurança do trabalho.
Gilberto Barbosa, diretor de Marketing da VidaClass, reforça que existem outros elementos comportamentais que afetam o contexto da saúde do brasileiro. “O boom do home office que surgiu com a pandemia mostra mudanças que podem afetar a saúdes. Por exemplo, uma pessoa que se deslocava ao serviço estava mais sujeita à poluição e trânsito, enquanto o trabalho em casa pode reduzir a atividade física. São pontos que atuam de maneiras diferentes no nosso corpo e, portanto, também exigem diferentes cuidados”, ressalta.
Além das startups, as grandes empresa de saúde também estão se utilizando de tecnologia para escalar seu alcance. Em ação recente, a Dasa mobilizou 310 mil mulheres com mamografia atrasada para a realização do exame preventivo. Isso foi possível por meio de um sistema integrado de dados com mais de 5 bilhões de informações. “Em uma ação proativa orquestrada por profissionais multidisciplinares, como médicos, enfermeiros, cientistas de dados, antecipamos riscos e atuamos pela saúde, ativando o contato com pacientes e seus médicos e mobilizando-os para a importância do rastreamento que pode reduzir a mortalidade pela doença em até 30%1”, diz Ana Elisa Siqueira, diretora de Cuidados Integrados e Inovação Assistencial da Dasa.