O chair do Fed (Federal Reserve), Jerome Powell, disse hoje (11) que o banco central norte-americano está avaliando ajustar uma importante determinação de requerimento de capital e que vê a análise de cenário de estresse climático como uma “ferramenta-chave” para garantir que os principais bancos dos EUA estejam cientes dos riscos financeiros das mudanças no clima.
Especificamente, Powell afirmou que o Fed mantém seu plano de revisar o “índice de alavancagem suplementar”, (SLR, na sigla em inglês), um grande limitador à atividade bancária, depois de queixas do setor de que a imposição o desencorajava a investir no mercado de Treasuries.
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Powell fez as declarações durante audiência perante o Comitê Bancário do Senado dos EUA para sua renomeação como chefe do banco central dos Estados Unidos.
Preocupações com o impacto do SLR na atividade bancária estão se tornando mais agudas, conforme o Fed procura se afastar de suas compras de títulos enquanto reduz o estímulo econômico.
Instituições bancárias reclamaram que o SLR –que orienta bancos a reter capital contra investimentos, independentemente do risco associados– efetivamente as desencorajou em termos de compra de tradicionais ativos seguros, como títulos do governo norte-americano.
O banco central foi forçado a renunciar temporariamente ao SLR depois que o mercado de Treasuries parou em março de 2020. O Fed deixou esse alívio expirar um ano depois, mas prometeu revisar o SLR para possíveis melhorias. Os comentários de Powell esclarecem que o tema ainda está na agenda do banco central.
Separadamente, Powell disse que a análise específica de potenciais riscos bancários associados ao clima será uma “ferramenta-chave” para supervisores do Fed no futuro, já que o banco central procura alcançar seus pares globais na avaliação dos riscos financeiros representados pelas mudanças climáticas.
A Reuters noticiou que o Fed pressionou bancos em conversas privadas sobre como têm avaliado internamente esse risco, e instituições bancárias acreditam que a instituição poderia lançar uma “análise de cenário” dos riscos climáticos em 2023.