O grupo de medicina diagnóstica Fleury teve lucro líquido ajustado de R$ 110,4 milhões no primeiro trimestre, queda de 6,9% sobre um ano antes.
A companhia também anunciou a aquisição, por R$ 120 milhões, de 100% da rede de vacinas e cirurgias de baixa complexidade Saha, ampliando a aposta em serviços complementares ao seu negócio principal.
O resultado operacional da companhia, medido pelo Ebitda (lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização) somou R$ 326,6 milhões de janeiro a março, alta de 14,4% no comparativo anual. Mas a margem Ebitda caiu 1,9 ponto percentual, para 30%.
Analistas, em média, esperavam Ebitda de R$ 289 milhões para o Fleury no primeiro trimestre, segundo dados da Refinitiv.
Embora a receita líquida tenha sido 21,9% maior ano a ano, para o recorde de R$ 1,09 bilhão, a companhia teve um aumento mais acelerado das despesas.
Segundo o diretor de finanças, José Filippo, isso se deveu à base de comparação, já que no primeiro trimestre de 2021 a companhia fez um ajuste extraordinário das despesas durante um período mais críticos da pandemia. “Tínhamos tido uma contenção de despesas anormal”, disse ele.
Filippo e a presidente-executiva do Fleury, Jeane Tsutsui, explicaram que a companhia ampliou o quadro de empregados, em parte para atender um nível maior de demanda pós-pandemia, com o crescimento da base de usuários de planos de saúde complementar.
Segundo a presidente do Fleury, a companhia tem negociado com planos de saúde um repasse de 50% a 70% da inflação anual medida pelo IPCA.
Enquanto aguardam a divulgação de um índice de reajuste dos planos de saúde pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), operadoras do setor têm sido alvos de questionamentos na justiça por aplicarem aumentos maiores após terem tido despesas recordes no ano passado diante dos efeitos da Covid-19.