Por Nayara Figueiredo
SÃO PAULO (Reuters) – A comercialização de soja da nova safra do Brasil (2022/23) havia alcançado até esta sexta-feira 13,3% da produção potencial, com um avanço mais lento nos negócios do que o registrado nos últimos anos, informou a consultoria Safras & Mercado.
O índice de comercialização da safra que será plantada a partir de setembro aumentou apenas 1,3 ponto percentual na comparação com o levantamento anterior, de 6 de maio.
Em igual período do ano passado, a venda antecipada era de 19,2% e a média para esta época do ano é de 15,9%.
Segundo o analista da consultoria Luiz Fernando Roque, as negociações estão com lentidão devido à dificuldade para o fechamento de operações de barter –venda antecipada de grãos em troca de insumos.
“Os produtores não estão conseguindo fechar tanto barter, antecipar vendas, porque as próprias revendas de insumos estão com certo receio sobre os volumes que vão receber. O lado vendedor de insumos está mais retraído”, disse Roque.
Considerando a produção potencial de 144,7 milhões de toneladas, Safras estima que cerca de 19,2 milhões de toneladas estejam negociadas.
Para o ciclo de 2021/22, cuja colheita já foi encerrada, as vendas estão estimadas em 65,9% da produção, ante 61% no mês passado.
Com uma safra estimada em 122,3 milhões de toneladas, após perdas por seca na região Sul, o total já negociado é de 80,6 milhões de toneladas, de acordo com a consultoria.
Em igual período do ano anterior, a comercialização envolvia 75,6% e a média de cinco anos para o período é de 71,5%.
“Os produtores estão mais capitalizados, venderam a soja que tinham colhido a níveis elevados de preço, então eles têm menos necessidade de avançar na comercialização, por isso o ritmo está mais lento”, afirmou Roque.
(Por Nayara Figueiredo)