O Ibovespa opera em alta de 0,33% na abertura do pregão desta quinta-feira (1º), a 128.169 pontos perto das 10h10, horário de Brasília. Os mercados reagem às decisões tomadas pelo Copom e pelo Federal Reserve na quarta-feira (31), que impactam diretamente os mercados acionários em todo o mundo.
O dólar avançava 0,53% ante o real por volta das 10h10. A moeda era negociada a R$ 4,9633.
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O Banco Central fez um novo corte de 0,50 ponto percentual na taxa Selic na última quarta-feira (31), a 11,25% ao ano, e afirmou, em comunicado sem surpresas para analistas de mercado, que sua diretoria prevê cortes na mesma intensidade nas próximas reuniões.
“Em se confirmando o cenário esperado, os membros do Comitê, unanimemente, antevêem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”, informou o Comitê de Política Monetária (Copom) em comunicado.
Esta foi a quinta redução consecutiva na taxa básica de juros depois que o BC iniciou seu ciclo de afrouxamento monetário com um corte de 0,50 ponto na Selic em agosto de 2023, mantendo ao longo do processo o discurso de que seguiria nesse ritmo de flexibilização nas reuniões à frente.
Os preços ao produtor no Brasil recuaram 0,18% em dezembro e fecharam 2023 com deflação acumulada de 4,98%, taxa mais baixa para um ano desde o início da série histórica em 2014.
Em 2022, o Índice de Preços ao Produtor (IPP) havia acumulado alta de 3,16%.
O dado mensal do IPP divulgado nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) marcou o segundo resultado negativo em sequência, após recuo de 0,34% em novembro.
Mercados internacionais
Nos Estados Unidos, os juros permaneceram na faixa entre 5,25% e 5,50% ao ano em que estão desde agosto de 2023, sem perspectivas de cortes para março, de acordo com a declaração do Federal Reserve, banco central norte-americano.
Na Ásia, as ações da China terminaram sem direção comum nesta quinta-feira, após quatro sessões de quedas, depois que uma pesquisa do setor privado mostrou que a atividade industrial do país expandiu modestamente em janeiro, enquanto os esforços para estabilizar o mercado pela “equipe nacional” também ajudaram.
A atividade industrial da China expandiu em janeiro graças ao crescimento estável da produção, à logística mais rápida e ao primeiro aumento nos novos pedidos de exportação desde junho, ajudando a elevar a confiança dos empresários a um pico de nove meses, segundo uma pesquisa do setor privado divulgada na quinta-feira.
O resultado positivo, entretanto, contrastou com uma pesquisa oficial no dia anterior, que mostrou que a atividade industrial contraiu novamente no mês passado devido à demanda persistentemente fraca.
Por lá, a China manterá a expansão fiscal este ano para estimular a recuperação econômica, disse o vice-ministro das Finanças, Wang Dongwei, nesta quinta-feira, reforçando a opinião do mercado de que os gastos públicos serão a principal ferramenta do governo para elevar o crescimento.
O governo “aumentará a intensidade dos ajustes macroeconômicos fiscais, implementará uma política fiscal proativa para consolidar e aprimorar a tendência positiva da recuperação econômica”, disse Wang em uma coletiva de imprensa.
O Hang Seng, de Hong Kong, valorizou 0,52%; e o BSE Sensex, de Mumbai, fechou o dia em queda de 0,15%. Já na China continental, o índice Shanghai perdeu 0,64%; e no Japão, o índice Nikkei recuou 0,76%.
Na Europa, A inflação da zona do euro desacelerou conforme o esperado no mês passado, mas as pressões subjacentes dos preços caíram menos do que o previsto, provavelmente reforçando o argumento do Banco Central Europeu de que os cortes nos juros não devem ser apressados, mesmo que o próximo passo ainda seja o afrouxamento.
A inflação anual ao consumidor nos 20 países que usam o euro caiu para 2,8% em janeiro, de 2,9% em dezembro, em linha com as expectativas e aproximando-se da meta de 2% do próprio BCE, mostraram nesta quinta-feira dados da Eurostat, a agência de estatísticas da UE.
A contração da atividade industrial da zona do euro diminuiu pelo terceiro mês em janeiro, mas pode se estender ao longo deste trimestre, de acordo com uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira que mostrou que a maioria dos subíndices permaneceu na zona de contração.
O Índice Gerentes de Compras (PMI) final do setor industrial da zona do euro da HCOB, compilado pela S&P Global, subiu para 46,6 em janeiro, em comparação com 44,4 registrados em dezembro, igualando-se a uma estimativa preliminar mas ainda firmemente abaixo da marca de 50 que separa o crescimento da atividade da contração.
O Banco da Inglaterra manteve a taxa de juros em uma máxima de quase 16 anos nesta quinta-feira, mas suavizou sua posição sobre quando poderia cortá-la e uma de suas autoridades deu o primeiro voto a favor de uma redução nos custos de empréstimos desde 2020.
O Comitê de Política Monetária do banco central britânico se dividiu sobre o rumo para a política monetária e abandonou o alerta de que os juros poderiam subir novamente, dizendo, em vez disso, que os custos dos empréstimos serão mantidos “sob revisão”.
O Stoxx 600 perdia 0,01%; na Alemanha, o DAX avançava 0,01%; o CAC 40 em queda de 0,61% na França; na Itália, o FTSE MIB sobe 0,21%; enquanto o FTSE 100 tem desvalorização de 0,26% no Reino Unido.
(Com Reuters)