Bob Chapman, CEO e presidente da tecnológica Barry-Wehmiller acabou de lançar o livro “Everybody Matters: The Extraordinary Power of Caring for Your People Like Family” (ainda sem versão em português). Em entrevista, Chapman fala sobre como líderes podem se conectar com seus colaboradores e funcionários em todos os níveis, por que é importante criar um ambiente de trabalho que se parece com uma família, como ele alinhou sua empresa e seus melhores conselho de carreira.
Chapman ajudou a transformar sua empresa em uma gigante de US$ 1,8 bilhão, com setenta empresas adquiridas, propagadas entre dez subsidiárias ao redor do mundo. Desde 1987, a companhia continuou um padrão de 15% de crescimento composto em receita e valor das ações. Seu blog, trulyhumanleadership.com, oferece muito mais insights e informações sobre ele e sua filosofia de liderança.
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Veja a seguir a entrevista em que Chapman explica seu modelo de gestão:
FORBES: Como você se conecta a pessoas em todos os níveis?
Bob Chapman: Em 2002, após termos desenvolvido nosso guia de princípios de liderança (GLP), o estatuto de visão da Barry-Wehmiller, nossa chefe de recursos humanos Rhonda Spencer fez uma observação: ela pontuou que muitas empresas têm boas visões de expressões de cultura em suas paredes, mas isso muitas vezes não significa nada. Então, demos início ao que chamamos de sessões de GPL, em que nos sentávamos e falávamos com as pessoas para dizer: “é nisso que acreditamos, como estamos indo? Em que ponto estamos falhando em nossa visão?”
Agora, toda vez que vou a uma área nova, conheço um grupo diferente de membros do time, de todos os níveis e áreas do negócio. Esses diálogos têm sido extremamente significativos para nós. Logo no início, percebi que as sessões nos ajudaram a nos conectar com à visão de como nós queríamos ser. Hoje, por meio desses diálogos abertos e honestos, ao redor do mundo todo, eu tenho a chance de ouvir as pessoas nos darem feedbacks, fazerem perguntas e verem como essa visão que estamos tentando alcançar está funcionando. É uma das melhores maneiras de se conectar com membros do time.
F: Qual é o objetivo de criar uma cultura de ambiente de trabalho em que as pessoas sintam que elas são parte de uma família? Isso funcionaria em qualquer empresa?
BC: Nós não começamos com a intenção de criar uma experiência de família. Nós simplesmente sentimos uma tremenda responsabilidade de oferecer às pessoas um trabalho com sentido que permitisse que elas se sentissem satisfeitas. Parte do que fizemos significou se importar com eles… escutar, ser respeitoso com as suas ideias e perspectivas únicas, deixar que eles tivessem liberdade e improvisassem seus roteiros, fazer com que eles percebessem que o que eles fazem e quem eles são importa. O que nós não antecipamos é o quão contagiante isso seria. As pessoas que se sentiram valorizadas estenderam isso às pessoas de seu círculo.
Foi isso que criou a atmosfera de família. Nós não tínhamos a intenção de criar uma experiência de família. Nosso objetivo era, simplesmente, nos importar sobre as vidas confiadas a nós. E quando você trata as pessoas como se elas importassem, elas se sentem como uma família. Se isso pode funcionar em qualquer lugar? Com certeza. Nomeie um lugar onde isso não poderia funcionar. É uma resposta natural a ter alguém se importando com você.
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F: Quais são algumas das maneiras com que você foi capaz de fazer todos na sua empresa focassem na mesma missão e visão?
BC: Eu não diria todo mundo – ainda. Nós temos uma grande maioria de pessoas que foi de simplesmente tentar fazer seu trabalho bem para tentar enxergar que elas são parte de algo maior. As sessões de GPL das quais eu falei antes, a grande quantidade de informações e a mensagem que nós divulgamos constantemente (via blogs, redes sociais, vídeos) para nossos 8.500 colaboradores ao redor do planeta ajudam a reunir todo mundo em torno da nossa visão compartilhada de medir nosso sucesso pela forma em que tocamos as vidas das pessoas.
Por meio da nossa universidade interna, a Barry-Wehmiller University, nós oferecemos aulas para os membros do nosso time que contribuem para ajudá-los a crescer e se tornar a melhor versão de si mesmos. Nosso treinamento de habilidades de comunicação ajuda os membros do nosso time a conhecerem melhor a si mesmos, aprenderem a respeitar e apreciar as diferenças, trabalharem como times, melhorarem suas habilidades de escuta, serem mais empáticos. Quando você se torna muito focado em tratar as pessoas como pessoas, e não como meros meios de obter lucro… tratá-las como fontes e não como recursos… como se elas importassem… o que, frequentemente, não acontece no mundo dos negócios, não é difícil fazer as pessoas se juntarem a você na jornada em busca da visão compartilhada.
F: Quais são seus três principais conselhos de carreira?
BC: Você apenas precisa se importar. Não importa o que você faz, em qual organização você está, você precisa se importar com as pessoas cujas vidas você toca.
Depois, em segundo lugar, o único jeito de se importar é ouvindo com empatia. Aprenda a ouvir. Nós somos ensinados a falar, aprenda a escutar. Então, você tem que se importar, tem que ouvir, e então você terá sua cabeça nas nuvens e seus pés no chão. Como chegamos lá? Nós sonhamos. Nós criamos uma visão para uma empresa em que as pessoas quiseram vir para o trabalho e quiseram contribuir para algo maior do que eles mesmos. O que as pessoas dizem ser a chave para a felicidade, aonde quer que você vá? Trabalho com significado junto com pessoas que se importam com elas. É isso que nós queremos alcançar.
Para mim, se importar é o que falta nesse mundo. E, se nós tivéssemos pessoas que tivessem objetivos para empresas que não fossem só para eles e para seu sucesso, mas para a forma em que eles tocam a vida dos outros, é isso que significa ser um líder. É isso o que é o real sucesso.