“Making a Murderer”, um dos mais recentes sucessos lançados pelo Netflix, tem como assunto principal o desequilíbrio existente entre as acusações do caso de Steven Avery e as defesas apresentadas. Ainda que dispondo de muitos recursos, não há motivos para investigar o réu quanto à sua questão financeira.
Sobre os custos da batalha judicial retratada na série, os números não são baixos. Um estudo revela que, no Estado de Washington, um processo sobre um assassinato não-estadual, como o de Avery, pode custar até US$ 2 milhões. Em caso de pena de morte, este número pode subir para US$ 3 milhões.
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Para saber um pouco mais sobre um dos casos de maior repercussão dos Estados Unidos, FORBES conversou com Dean Strang, advogado de defesa de Avery, sobre os números por trás da batalha judicial.
De forma geral, é importante saber que, nos EUA, 90% dos 2,5 milhões de pessoas acusadas de crimes não podem se dar ao luxo de contratar um advogado particular, muito menos arcar com possíveis custos de defesa, como peritos, investigações privadas, testes etc. O governo norte-americano, sendo ele estadual ou federal, é responsável pelos custos de defesa da maioria das pessoas acusadas de um crime.
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Strang explica abaixo como o Estado pode gastar muito em um processo e quanto os advogados (sendo renomados ou não) ganham para defender seus clientes.
Tudo depende da opinião pública
A diferença entre a quantia paga pelo Estado para os advogados e procuradores é medida de acordo com a repercussão que o caso tem. O dinheiro alocado para investigações privadas é mínimo. Para peritos e testes independentes de provas, então, menor ainda. Geralmente, a disposição governamental para financiar alguns exames é meramente causada pela publicidade. Por isso, casos de menos repercussão dependem apenas dos serviços de um defensor público.
No caso de Steven Avery, o FBI emprestou recursos ao Condado de Manitowoc, onde corre o processo contra Avery. “Os recursos para a defesa neste caso superam qualquer outro”, explica Sarang. Em Wisconsin, as taxas de remuneração giram em torno de US$ 40 por hora, fora o adicional pago em casos de viagem, que pode sair por até US$ 25 a hora.
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“Trabalhar para o governo é quase sinônimo de trabalhar de graça”, diz. “Em 1997, um amigo meu e eu decidimos abrir um escritório de defesa criminal. Sem nenhuma regalia, com um secretário, apenas. Nossos custos operacionais ultrapassavam US$ 46 por hora. Não tínhamos retorno, apenas pagávamos as contas.”
Muitos profissionais que optam pela área, podem justificar suas escolhas pelo lado mais ético da questão: defender e fazer o bem a alguém. E, claro, nem todos ganham US$ 40 por hora trabalhada. As grandes empresas de Nova York pagam até US$ 1.200 a hora, mas para elas o contratarem é preciso que você seja graduado em universidades renomadas e de tradição.
Relacionando a realidade enfrentada ao documentário “Making a Murderer”, é possível perceber como, por razões altruístas ou não, a lei pode ter distorções e o por quê. Um grande exemplo é o sobrinho de Avery que, com 17 anos e sem condições de contratar um advogado particular, não se deu tão bem com o advogado que lhe foi oferecido, que ganha US$ 40 por hora trabalhada.