Atualmente, existe um clube de assinatura para quase tudo que você pode imaginar nos Estados Unidos, e brinquedos e petiscos para cachorro não são exceção. Visto que os norte-americanos estão dispostos a gastar seu dinheiro com seus cães, não é surpresa que várias companhias online estão competindo entre si para oferecer o melhor produto para os bichos comerem, mastigarem, além de outras futilidades.
A principal empresa nesse ramo é a BarkBox, criada em 2011 por Matt Meeker, 43, Henrik Werdelin, 41, e Carly Strife, 30. Por aproximadamente US$ 20 por mês, os assinantes recebem uma caixa temática. Em abril, por exemplo, cachorros receberam biscoitos em forma de tacos de beisebol e brinquedinhos que lembram bonés de time. No ano novo chinês, eles receberam um boneco de pelúcia: uma caixa de comida chinesa delivery cheia de bolinhos chineses. O serviço tem mais de 200.000 assinantes e lucra aproximadamente US$ 40 milhões em vendas.
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Porém, para agradar investidores, Meeker, Werdelin e Strife precisam crescer muito. Qual a grande visão do trio? “Disney para Cachorros”, diz Strife. Meeker adiciona, “Gostaria que atingíssemos todo cachorro nos EUA”. No entanto, até agora, criar extensões para a marca tem sido uma luta. Apesar de terem feito sucesso com a BarkShop, uma loja online, e o BarkPost, blog feito para os amantes do melhor amigo do homem, os criadores da marca já falharam algumas vezes. Meeker explica o motivo: “Gostamos de agir muito rápido. Às vezes, vamos rápido demais.”
As vendas de todos os setores da Bark & Co atingiram US$ 50 milhões no ano passado, e seus fundadores esperam que atinjam US$ 100 milhões esse ano. Eles conseguiram acumular um total de US$ 77 milhões para investimento, incluindo US$ 60 milhões angariados com a ajuda de investidores como August Capital e Resolute Ventures.
Investidores esperam uma margem de crescimento de até 500%. O time de fundadores da Bark & Co. não comentou o valor da empresa, mas especialistas estimam que esteja entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões. Para que os investidores consigam o retorno esperado, as vendas terão que atingir US$ 500 milhões.
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Bark & Co. foi criada em 2011 depois que Werdelin, um dos vice-presidentes da MTV, se tornou um executivo da Index Ventures e conheceu Meeker em um cruzeiro para empreendedores. Depois, um amigo em comum o apresentou pra Strife, recém-contratado pelo Uber. Na época Birchbox era uma novidade no ramo de cosméticos, e o trio começou a pensar se podia fazer alguma coisa assim. Em dezembro de 2011 eles lançaram a BarkBox enquanto trabalhavam durante o dia. Com os gastos em pets dobrando em US$ 60 bilhões por ano entre 2006 e 2015, eles conseguiram juntar US$ 1,7 milhão em junho de 2012 e outros US$ 15 milhões nos dois anos seguintes.
Os fundadores da empresa dizem que a grande maioria dos consumidores da BarkBox foram conquistados por meio das mídias sociais, somando um total de 2,1 milhões de curtidas no Facebook e 1,2 milhão de seguidores no Instagram. A companhia tem 150 empregados, mas opta por um modelo leve de infraestrutura: não tem galpões próprios e terceiriza o empacotamento dos produtos. Só essa escolha, segundo eles, poupa muito dinheiro – 36% a mais do que ganharia.
Esses lucros e os investimentos de risco têm sido usados para financiar o desenvolvimento das extensões da empresa. BarkPost, por exemplo, conseguiu uma audiência de 10 milhões de visitantes por mês apenas oferecendo conselhos e histórias fofas (como a do jogador da NFL que adotou um filhote de cachorro). BarkLive é a anfitriã de “noites do microfone aberto”, para as quais você pode levar o seu cachorro. Na BarkShop você encontra produtos diferenciados para o seu animal. Entre os mais vendidos desse ano está o boneco mastigável de Donald Trump, candidato à presidência dos Estados Unidos.
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Com o tempo correndo e investidores de olho em cada passo dado, é necessário prestar atenção em como, quando e como agir. Provavelmente, há um limite para até onde a assinatura do serviço de entrega pode levá-los, diz Sucharita Mulpuru-Kodali, um analista de e-commerce da Forrester Research. Ela enxerga toda a indústria da subscrição como uma grande bolha: “A grande maioria das pessoas não vai assinar um serviço assim”, afirma.
Se isso for verdade, Bark & Co. terá que pegar carona em outra ideia. Esforços recentes incluem a BarkAir, um serviço de transporte que permite que o cachorro e seu dono voem juntos, e um serviço de database de DNA para cachorros. “Queremos nos manter ambiciosos”, afirma Meeker.