Antes mesmo de começar a pré-escola, o pequeno Ryan Dant conseguia rebater uma bola de beisebol como crianças muito mais velhas do que ele. Quando os amigos de seu pai disseram que havia algo de errado com o fato de um menino de 3 anos agir assim, ele reagiu dizendo que seu filho era superdotado e que não via nenhum mal nisso.
Ryan e seu pai descobriram mais tarde, no entanto, que o menino era portador de uma doença rara, chamada mucopolissacaridose I (MPS I). A enfermidade provoca uma série de más-formações pelo corpo, desde a língua mais inchada até uma deterioração do miocárdio. De acordo com os médicos da época, o menino só viveria até os dez anos, não importando os remédios que ele tomasse.
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Seu pai, Mark, não aceitou essa previsão e começou a se envolver com os estudos de um médico, que tinha uma alternativa de tratamento para a doença. Depois de alguns anos indo atrás de patrocínios, a startup de bioquímica BioMarin finalmente comprou e licenciou os estudos. Ryan foi o paciente número três a iniciar o tratamento.
Atualmente, a BioMarin é uma companhia que vende US$ 890 milhões por ano, atendendo mais de 8.000 pacientes ao redor do mundo. Alguns deles, chegam a gastar mais de US$ 1 milhão por ano pelo tratamento, valor pago tanto pelo governo quanto por seguros de saúde. Com foco em terapias novas e não muito populares no mercado, a empresa tem tratamentos inovadores, que, somente no último ano, elevaram em 460% o preço das ações e a fizeram alcançar o valor de US$ 15 bilhões.
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“Nós sabemos o que estamos vendendo e entendemos o impacto disso na vida das pessoas”, disse Jean-Jacques Bienmainé, chairman da empresa baseada em San Rafael, na Califórnia.
Ryan Dant é um dos que sabe disso. Hoje com 28 anos, o estudante joga futebol americano pela Universidade de Louisville, no Kentucky, depois de normalizar seu crescimento.
Agora, a companhia tem desenvolvido um novo medicamento, em parceria com a Universidade College London e com o hospital St. Juden Children: um tratamento contra a hemofilia, distúrbio que faz com que o sangue não coagule. Nesse tratamento, as células dos pacientes receberão de um vírus as proteínas necessárias para fazer a coagulação.
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A empresa de 1997, que começou com 230 funcionários, é hoje uma fábrica com mais de 2.200 colaboradores. Para Bienaimé, isso é um desafio: “Administrar algo tão grande nunca é fácil, mas o nosso propósito faz valer a pena.”