Muitas marcas de luxo anunciaram que vão banir o uso de pele verdadeira em suas coleções, o que novamente trouxe a questão para a vanguarda da moda e da sustentabilidade. A Versace e a Furla se comprometeram a abandonar o uso do material nos seus produtos e se juntaram a Giorgio Armani, Michael Kors e Gucci, além de a varejistas como Net-a-Porter e Selfridges.
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Muitas dessas grifes justificam a atitude com três principais motivos: avanços tecnológicos nas fabricações (que possibilita a criação de alternativas mais éticas), reconhecimento da conscientização do consumidor e de sua atitude em relação às práticas cruéis, e ter um grande plano de sustentabilidade em toda a companhia.
É claro que nem todas as marcas de luxo partilham dos mesmos valores. Uma recente reportagem sobre o Yves Salomon, que produz peles, demonstra que o tema ainda é dividido e que existe uma parcela de clientes no mundo todo decididos a seguir com a compra de pele natural de empresas de luxo. No entanto, à medida que essas grifes se adaptam às tendências modernas que moldam o mundo da moda, é necessário entender como essas mudanças podem ter consequências a longo prazo que afetem todos os níveis das políticas da companhia e das práticas de negócios.
Veja, na galeria de fotos a seguir, 3 motivos que levaram marcas de luxo a banir o uso de peles:
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Reprodução/FORBES 1) Avanços tecnológicos nas fabricações
Enquanto, no passado, muitas marcas de moda usavam pele sintética, grandes companhias de luxo têm demorado mais para experimentar e evoluir no uso de materiais que imitam as propriedades tradicionais de pele verdadeira. A Michael Kors Holding anunciou sua decisão de banir o uso de peles só no ano passado. A empresa também informou que todos os itens em produção serão eliminados até o fim deste ano.
“Devido aos avanços tecnológicos nas fabricações, temos a habilidade de criar peças luxuosas com pele sintética”, explicou a companhia na época. Para marcas globais como a Michael Kors, que usou pele animal verdadeira por tanto tempo, a decisão demonstra que grandes e pequenos fornecedores são mais do que capazes de banir a produção imediatamente. A política também se aplica à Jimmy Choo, comprada pela empresa no ano passado.
A Givenchy também apresentou uma variedade de casacos de pele exóticos para o outono que pareciam reais para muitos observadores, mas eram, de fato, artificiais. LVMH, proprietária da marca, deixou a decisão de usar pele verdadeira para as próprias grifes, incluindo a Fendi, especializada em usar a combinação de pele de marta e de raposa.
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iStock 2) Atitude dos consumidores diante da crueldade animal
Com organizações como o PETA e a Fur Free Alliance envolvidas cada vez mais nas práticas de negócio da indústria da moda, algumas companhias têm reconhecido seus esforços e examinado suas políticas. Esse fator, combinado com a ascensão das mídias sociais e o crescente número de usuários que se manifestam sobre a aversão ao material, pressionam mais marcas a se adequarem às mudanças de atitude em relação ao uso de pele verdadeira.
Em 2016, ao anunciar a decisão de banir peles verdadeiras, a Giorgio Armani reconheceu que a decisão estava relacionada à “atenção às questões críticas de proteger e cuidar do meio ambiente e dos animais” e que práticas cruéis com animais eram “desnecessárias”.
A marca de acessórios Furla também reportou seu comprometimento com a segurança dos animais, em resposta ao “crescente pedido de produtos éticos por consumidores que estão, cada vez mais, conscientes e atentos a esses temas”.
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iStock 3) Planos de sustentabilidade das companhias
Enquanto a transparência ambiental e as práticas de negócios eco-friendly continuarem a causar polêmica, esforços de sustentabilidade se tornam mais urgentes e importantes. A implementação de planos sustentáveis em toda a empresa tem se disseminado rapidamente nos setores, e a indústria da moda, em particular, responde bem a isso. Companhias como Kering, H&M e Everlane avançaram em direção a modelos de negócios sustentáveis, mas a questão sobre se a pele sintética é realmente um material sustentável ainda causa reações variadas.
Jonathan Akeroyd, CEO da Versace, disse em um comunicado, quando anunciou a decisão de banir pele verdadeira, que esse “comprometimento é parte de um programa de inovação sustentável maior, que não só inclui o forte compromisso de trabalhar em toda a cadeia de suprimento, mas também uma profunda mudança cultural que irá beneficiar todos os funcionários”.
A Gucci também esboçou seu modelo de sustentabilidade quando fez o mesmo anúncio, ao integrar ainda mais a abordagem de que “pele verdadeira não é sustentável” às outras iniciativas ecológicas da empresa.
A Stella McCartney sempre manteve a missão de sustentabilidade da companhia e há tempos manifesta sua visão de que pele e couro fazem mais mal ao meio ambiente do que outros materiais alternativos.
1) Avanços tecnológicos nas fabricações
Enquanto, no passado, muitas marcas de moda usavam pele sintética, grandes companhias de luxo têm demorado mais para experimentar e evoluir no uso de materiais que imitam as propriedades tradicionais de pele verdadeira. A Michael Kors Holding anunciou sua decisão de banir o uso de peles só no ano passado. A empresa também informou que todos os itens em produção serão eliminados até o fim deste ano.
“Devido aos avanços tecnológicos nas fabricações, temos a habilidade de criar peças luxuosas com pele sintética”, explicou a companhia na época. Para marcas globais como a Michael Kors, que usou pele animal verdadeira por tanto tempo, a decisão demonstra que grandes e pequenos fornecedores são mais do que capazes de banir a produção imediatamente. A política também se aplica à Jimmy Choo, comprada pela empresa no ano passado.
A Givenchy também apresentou uma variedade de casacos de pele exóticos para o outono que pareciam reais para muitos observadores, mas eram, de fato, artificiais. LVMH, proprietária da marca, deixou a decisão de usar pele verdadeira para as próprias grifes, incluindo a Fendi, especializada em usar a combinação de pele de marta e de raposa.