Eu nunca tinha ouvido falar do “Dutch Treat Club”. Em Nova York, existem dezenas de organizações fascinantes que até os habitantes de Manhattan desconhecem. Há, por exemplo, a comunidade “Silurians”, formada por jornalistas. Interessado em pedras preciosas? Existe o “New York Mineral Club”. Nostalgia? Conheça a “Art Deco Society”.
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Muitos desses grupos se reúnem em lugares interessantes para comer, como os dois icônicos clubes localizados em frente ao Gramercy Park – o National Arts Club e o The Players. Ambos têm raízes históricas que datam de uma época da Broadway e literárias de proporções quase míticas. O Players, por exemplo, foi fundado por Edwin Booth. O nome pode soar familiar, pois ele não só era um notável ator shakespeariano, mas também o irmão do infame John Wilkes Booth.
Ao lado do The Players, o National Arts Club foi fundado por Charles DeKay em 1890. Ele era um crítico de arte e literatura do “The New York Times”, e o prédio tem sido o lar de representantes de ambas as artes desde então. Do outro lado da rua fica o Gramercy Park. Você pode olhá-lo, mas não pode tocá-lo. Ou seja, você precisa de uma chave para entrar.
Quase qualquer turista de Nova York pode facilmente caminhar até o Gramercy Park – a leste da Park Avenue, entre as ruas 20th e 21th. O local tem bancos, pistas para passear, flores, árvores e estátuas. E vale a pena dar uma olhada, até mesmo dar uma volta, mas você não pode entrar a menos que viva em um prédio voltado para o parque – ou pertença a um dos dois clubes exclusivos que ficam lado a lado na East 20th Street.
Os clubes estão fechados para não membros. Mas se você estiver visitando Nova York e não morar na cidade, pode haver uma maneira de visitá-los. A chave é saber com quem entrar em contato, caso você esteja interessado.
O “Dutch Treat Club” está entre os mais receptivos. O grupo existe desde o início do século 20, quando um de seus fundadores, James Montgomery Flagg, estava no auge de sua fama como pintor. Você o conhece: “Tio Sam quer você” é seu trabalho mais notável. Os membros incluíam, ainda, o humorista Robert Benchley e o jornalista Lowell Thomas.
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Atualmente, o clube se reúne às terças-feiras entre outubro e maio, ao meio-dia, no icônico Players Club. Os sortudos membros almoçam (incluindo vinho) e assistem a uma apresentação de artistas do clube noturno, como KT Sullivan ou Jon Weber e uma palestra. Alguns oradores recentes incluem Dick Cavett, assim como especialistas no crescimento de filmes e televisão. A experiência custa US$ 40.
Já os “Silurians” se reúnem uma vez por mês, do outono a primavera, no National Arts Club. A reunião conta com almoço, bebidas e, invariavelmente, um orador importante. Nos últimos tempos, passaram por lá o escritor Ronan Farrow, da revista “The New Yorker”, o humorista Andy Borowitz, o observador político David Cay Johnston e Katrina vanden Heuvel, editora da “The Nation”.
Quem sabe você pode se qualificar para participar de uma dessas organizações? Eu sou um membro orgulhoso de vários e estou ansioso para nossos encontros. Se você estiver interessado nos “Silurians”, acesse Silurians.org. E um possível “Dutch Treater” deve entrar em dutchtreatny.org.
Mas, de qualquer forma, vale a pena dar uma olhada no Gramercy Park. É uma daquelas pedras preciosas virtualmente escondidas em Nova York.