O champanhe nos estimula. Quais dos amantes de vinho não ficam animados ao beber uma taça de champanhe, seja para pequenas ou grandes comemorações?
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Se o champanhe, de modo geral, agrada a todos, experimente sua versão rosé. Dada a sua cor, que varia entre rosa e cobre e passa por tons alaranjados e salmão, o champanhe rosé é encantador. Pode ser considerado sexy e sensual.
O champagne rosé é produzido a partir de duas metodologias: a maioria dos produtores adiciona um pouco de vinho tinto, geralmente Pinot Noir, embora possa ser Meunier, à mistura, em uma quantidade que varia entre 7% e 15%. É daí que vem sua cor. Esse método é conhecido como assemblage.
O segundo método é chamado de saignée, que em francês significa “sangrar”, em parte por conta da cor da casca das uvas vermelhas quando amassadas (o método também é conhecido como maceração). Ambos os procedimentos são excelentes e, na medida em que algumas uvas produzem um líquido mais encorpado, alguns champanhes de base saignée podem ser leves, enquanto outros tendem a ter sabores mais fortes. O mesmo acontece no método mais tradicional de produção.
Embora existam versões mais doces de rosé no mercado, o Petite Douceur de Gosset é um excelente exemplo, a maioria tende a ser mais seca. Isso faz com que a bebida possa acompanhar uma variedade enorme de pratos, especialmente carnes, como peito de pato à base de molho de cereja ou laranja. Logo, esqueça a antiga noção de champanhe rosé; muitas pessoas, temendo que a bebida seja muito doce, tendem a não experimentar, mas, quando a apreciam, descobrem o seu verdadeiro sabor.
O champanhe rosé tende a ser mais caro que os outros, e os produtores dizem que isso tem a ver com os custos adicionais de sua produção. A bebida é mais intensa em questões de mão-de-obra, mas muitas vezes, o preço tem mais a ver com glamour, assim como sua baixa oferta. Seja qual for o motivo, os consumidores terão sempre de pagar um pouco mais por um bom champanhe rosé, mas, geralmente, a qualidade justifica o preço. Dom Pérignon é um champanhe fabuloso, mas o Dom Pérignon Rosé é sublime. Se você for um amante de vinhos, você deve experimentar este rótulo pelo menos uma vez na vida.
Conheça abaixo 11 dos vários ótimos champanhes disponíveis no mercado atualmente. Os preços, nos EUA, variam entre US$ 60 e US$ 300. Vale ressaltar que esses champanhes são feitos através do estilo tradicional, e não são vintage.
Palmer Rosé Reserve: tons fortes e alaranjados, aroma de melancia cristalizada e casca de laranja. De consistência média, a bebida tem boa acidez e persistência, mas o sabor pode ser um pouco doce e, em geral, o vinho é de maior complexidade. É aconselhável o consumo após 2 a 3 anos da data de fabricação.
Godmé-Sabine: A pequena produtora, em Verzenay, no Montagne de Reims, cria um estilo saboroso de champanhe a preços razoáveis. O Blanc de Blancs chama atenção, com seu caráter varietal impressionante. A bebida oferece uma harmonia encantadora. Em tons laranja pálidos, conta com aromas de maracujá, pêra bosc e casca de laranja. A boa acidez traz equilíbrio, o sabor final seco tem uma nota de biscoito. Pode ser melhor apreciado depois de 3 a 5 anos da data de produção.
Veuve Clicquot: A histórica firma de Reims sempre foi a casa de produção do Pinot Noir, por isso, os champanhes rosé têm uma qualidade impressionante. A bebida conta com toques de cereja vermelha e groselha, com aroma de rosas alaranjadas. De incorporação média e boa acidez, este rosé é seco, com um toque final agradável. Aprecie a bebida 3 a 5 anos a partir da data de fabricação.
Drappier “Saignée”: Localizada no Aube, no extremo sul da cidade francesa de Champagne, a Drappier possui um grande valor devido a seu portfólio de champanhes. Aromas de casca de laranja, rosas vermelhas e ameixas amarelas, de ótima harmonia. Seco, mas não excessivamente, esta versão é bastante refrescante. É aconselhável beber a partir de 2 a 3 anos.
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Charles Heidsieck Reserve: Esta produtora faz um rosé vintage memorável, mas para esta reportagem eu provei sua versão não-vintage. Há aromas de morango seco, groselha e ameixa vermelha, com excelente frescor. É bastante seco, com um sabor final muito agradável, além de ter boa acidez. Um vinho adorável, que pode ser facilmente acompanhado de uma salada simples de frango com framboesas ou confit de pato. Entre 3 a 5 anos a partir da data de fabricação, a bebida apresenta um melhor sabor.
Laurent Perrier “Cuvée Rosé”: Esta é um dos mais famosos champanhes rosé. Criado em 1968, a marca fez o lançamento em ocasião de seu 50º aniversário no ano passado. A bebida é produzida a partir do método saignée e é 100% Pinot Noir, uma raridade. Aromas enebriantes de cereja vermelha, conservas de morango e rosas alaranjadas dão um com gosto final de longa apreciação e boa acidez, fazendo dele um dos mais deliciosos champanhes rosé. A dica é beber de 3 a 5 anos depois da data de fabricação.
Geoffroy Rosé de Saignée: Jean-Baptiste Geoffroy, uma produtora de champanhe de quinta geração em Ay, faz um bom assemblage, assim como saignée. Este é um saignée não-vintage, produzido a partir de Pinot Noir. A bebida oferece um aroma rico em cereja vermelha, morango e notas de mirtilo e ameixa amarela, com base brilhante e que chama atenção por suas gotas de fruta madura, com um gosto final longo e seco. Espere entre 3 e 5 anos para o consumo da bebida.
Alfred Gratien “Cuvée Paradis” Rosé: Uma mistura de 63% de Chardonnay e 37% de Pinot Noir, produzidos em barris de vinho. De cor laranja pálido, aromas de groselha, casca de laranja e ameixa vermelha, a bebida tem boa concentração, boa acidez, acabamento seco e boa persistência. As notas sutis de madeira são um plus. É recomendável consumir entre 5 a 7 anos após a data de fabricação.
Krug: Um dos mais famosos produtores de champanhe e, na realidade, um dos mais famosos produtores de vinho do mundo. Seu rosé Krug é uma mistura de Pinot Noir, Meunier e Chardonnay, de mais de 50 vinhos de safras antigas, reservados desde os anos 2000. A cor é de morango pálido, e o aroma é rico, mas suave, como groselha, cereja seca, cravo e ameixa amarela. Com um paladar rico, seu sabor final é uniforme e prolongado. A bebida não é tão poderosa quanto o Grand Cuvée, mas é extremamente bem feito e com excelente complexidade e sabor. Consumade 5 a 7 anos após a data de fabricação.
Taittinger Comtes de Champagne Rosé 2006: Uma mistura de 70% de Pinot Noir, 30% de Chardonnay, com 12% de Pinot Noir adicionados em forma vinho. A cor se estabelece entre o vermelho forte e o cobre. Seu aroma é de laranja, tangerina e orquídea amarela, e conta com excelente concentração. Saboroso, possui acidez muito boa, excelente persistência e delicadas notas de especiarias vermelhas. Pode ser melhor apreciado em 5 a 7 anos e acompanhado de um prato de entrada como confit de pato ou vitela assada.
Perrier-Jouet “Belle Epoque” 2006: Enquanto a versão Brut da marca é bem conhecida, o rosé não é, e sua produção é bastante limitada. Esta é uma mistura de 50% de Chardonnay, 45% de Pinot Noir e 5% de Meunier, com 11% de vinho tinto. A cor é laranja pálida, e o aroma de framboesa seca, laranja rosa e ameixa vermelha. O paladar é rico e sumptuoso, e a bebida conta com excelente persistência, muito boa acidez e bastante finesse. Atualmente, o vinho tem mais maleabilidade e maior complexidade do que há dois anos. Este é um rosé chique, subestimado em sua abordagem, e oferece deliciosos sabores de frutas e grande harmonia. Já é ótimo recém-fabricado, mas, em 4 ou 5 anos, o sabor se supera.