Não existe – já pude comprovar isso diversas vezes – uma idade certa para visitar os parques de Orlando, na Flórida. A cada visita, nos encantamos com as sempre surpreendentes atrações da terra da fantasia. Desde a inauguração do primeiro complexo de Walt Disney, em 1971, a cidade não parou de crescer – e, com ela, o número de visitantes.
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Em 2017, Orlando se tornou a cidade mais visitada dos Estados Unidos, com inacreditáveis 72 milhões de turistas. Ainda que a maior parte desses visitantes tenha origem doméstica, pode-se dizer com tranquilidade que a cidade é o principal destino de entretenimento de férias do mundo.
Se, por um lado, esse número é um poderoso aval de qualidade de suas atrações e infraestrutura, por outro, pode ser fonte de grande incômodo – especialmente nas principais atrações dos grandes parques temáticos, como Disney e Universal. Quem já não pensou em ir com toda a família para Orlando, nas férias escolares ou em grandes feriados, mas desistiu da ideia com medo de enfrentar filas quilométricas – e tudo acabar em estresse e frustração?
Em julho deste ano, resolvi ir com a família para Orlando. Não foram poucos os comentários que ouvi, do tipo: “Você vai para os parques de Orlando justo em julho? E as filas? E aquele grupos imensos de excursão? Você pirou?”
O que poucas pessoas sabem – eu era uma delas – é que o incômodo das filas pode, felizmente, ser totalmente eliminado. Contrariando os comentários pessimistas, essa foi, sem dúvida, a melhor experiência que tivemos em Orlando nesses muitos anos que visitamos o destino. Foi a primeira vez que usamos os serviços VIP oferecidos pela Disney e pela Universal. Contratar esses serviços é a garantia de otimizar seu tempo e, o mais importante, aproveitar à exaustão as melhores e mais disputadas atrações de cada parque – sem ter que encarar as quilométricas filas. Os serviços da Disney e da Universal são bem parecidos na proposta. Conto a seguir como foi usar cada um deles.
Nossa visita começou pelos parques Disney. Na contratação do serviço VIP Tour (uma evolução dos FastPass, já conhecidos por muitos), eles ofereceram a opção de termos uma guia brasileira nos acompanhando nos parques (um facilitador e tanto para quem não fala inglês).
Fechamos um pacote de dez horas, que começa na hora que a guia nos pega no hotel (sim, o serviço inclui essa facilidade). No horário combinado, lá estava nossa guia a bordo de um SUV de luxo para nos levar ao nosso primeiro dia de aventuras nos parques Disney.
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Durante todo o dia, o guia é o elemento fundamental para que você possa visitar o máximo de atrações. Os ingressos convencionais da Disney incluem três entradas expressas (os FastPass que citei acima), que podem ser agendadas sem valor adicional. Já na experiência VIP, o guia é o FastPass para quantas atrações o grupo desejar.
Chegamos ao Animal Kingdom para conhecer a mais disputada atração dos parques Disney no verão de 2018: o sensacional Flight of Passage, que simula um voo a bordo dos pássaros do filme Avatar. Para começar, entramos pela “porta dos fundos”, por onde entram os funcionários, e estacionamos numa área imediatamente atrás da Terra de Pandora, onde ficava a atração (não levamos nem 10 minutos para chegar lá). Ali foi nosso primeiro “reality check” do dia: o placar com o tempo de espera na fila já registrava 220 minutos – e ainda não eram 10h30 da manhã! Fomos direto para a fila do FastPass e, depois de uma rápida espera (que não passou de 10 minutos), entramos no brinquedo.
A experiência no simulador foi tão incrível que, ao final, a família exclamou, em coro: “De novo!” Ato contínuo, entramos mais uma vez na fila do FastPass e alguns poucos minutos depois lá estava toda a família “voando” novamente. Ou seja: em menos de meia hora, nós estivemos duas vezes na mais disputada atração dos parques Disney. Na fila convencional, isso levaria mais de 7 horas – certamente, o cansaço e o mau humor arruinariam nossa experiência.
Depois fomos a outras atrações radicais do parque – que repetimos também. Não era nem meio-dia e já tínhamos saciado – em dobro – nossos desejos de consumo do Animal Kingdom. De lá partimos para o Disney Hollywood Studios. Entrando mais uma vez pela entrada de serviços, fomos saudados no estacionamento VIP com cestas de guloseimas e bebidas geladas para refrescar a turma. Atrações definidas, lá estávamos nós nas suaves filas do FastPass, repetindo uma atração atrás da outra, enquanto nossa guia confirmava o horário da reserva do almoço num dos restaurantes do parque.
Chegou então a hora de ir para o Magic Kingdom, terceiro parque do dia – e a turma ainda a todo vapor. Ali seria o último parque em que nossa guia nos acompanharia, dentro das dez horas contratadas. Decidimos que ela nos levaria às atrações com as maiores filas e que não disponibilizavam mais FastPass naquele dia e depois “esticaríamos” no parque por nossa conta, para jantar e assistir à tradicional queima de fogos. Resumo do dia: três parques, mais de 20 atrações (muitas delas mais de uma vez) e praticamente nenhum tempo perdido em filas. Se você colocar na ponta do lápis, vai concluir o mesmo que eu: vale muito a pena contratar uma visita privada com o guia. Na Disney, o preço do serviço VIP varia entre US$ 425 e US$ 625 por hora, conforme a época do ano, para um grupo de até dez pessoas. Soma-se a esse valor os ingressos dos quatro parques oficiais (Animal Kingdom, Epcot, Magic Kingdom e Hollywood Studios), que começam em cerca de US$ 109 mas que, quando adquiridos em pacotes de mais dias, têm seus valores reduzidos em cerca de US$ 20 a cada dia adicional.
Depois desse incrível passeio pelos domínios do Mickey, tiramos um day-off na enorme área de recreação aquática do magnífico Four Seasons Orlando, onde estávamos hospedados. Perdi as contas de quantas voltas as crianças deram a bordo de suas boias no “lazy river”, a piscina com correnteza que circunda parte do jardim.
E chegou o dia de irmos ao encontro do mago Harry Potter, do ET, do King Kong, do Incrível Hulk e das inúmeras atrações dos parques da Universal Orlando Resort, compreendidos pelo Universal Studios Florida e seu irmão mais radical, o Universal Islands of Adventure.
Aqui o serviço VIP (chamado de VIP Experience) também oferecia a opção de nos buscarem no hotel, mas preferimos ir de carro, já que seguiríamos para um jantar com amigos no fim do dia. Então paramos o carro no superconveniente Valet Parking, o estacionamento mais próximo da entrada principal (e cujo serviço também está incluído no pacote VIP).
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Nos parques da Universal, o visitante pode comprar, por um valor adicional, um tíquete (Universal Express Unlimited Pass) que garante uso ilimitado das Express Lanes, evitando as filas convencionais. Já o VIP Experience oferece mais do que o acesso ilimitado e irrestrito às filas rápidas. Das opções disponíveis, escolhi a Private VIP Experience, a mais completa, exclusiva e abrangente do complexo.
Chegando ao parque, fomos recepcionados por nosso simpático guia em uma confortável sala. Recebemos os ingressos nos porta-tíquetes que vão pendurados no pescoço, com a identificação VIP Experience. Combinamos o que queríamos visitar no parque e o que comer no almoço (a Private VIP Experience inclui o café da manhã e o almoço; o café da manhã é no estilo bufê, num restaurante de acesso exclusivo; o almoço pode ser feito em qualquer um dos restaurantes do parque).
O dia estava nublado e, como a probabilidade de chuva era grande, resolvemos começar pelas montanhas-russas – de tirar o fôlego – do Islands of Adventure. Com nosso guia à frente, cruzamos de um parque a outro, usando passagens “secretas” inacessíveis a outros visitantes – o guia ia, literalmente, abrindo portas e portões com seu crachá (de repente, estávamos passando por dentro de estúdios onde são feitas gravações de programas de TV – o lugar não se chama Studios à toa).
Chegando à montanha-russa do Hulk, uma das mais procuradas do complexo, simplesmente não fomos para nenhuma fila. E assim foi em todas as principais atrações dos dois parques do resort – como a mais disputada delas, o Castelo de Harry Potter, e a fenomenal King Kong. Em ambas, as filas tradicionais passavam de duas horas de espera.
Tivemos tempo para repetir todos os brinquedos. No emocionante simulador do Spiderman, o guia nos levou para conhecer o centro de controle da atração, onde vários técnicos acompanham, através de enormes telas de vídeo, cada detalhe do que está se passando dentro do simulador. Conhecemos ainda como opera o “carro” – se é que podemos chamar assim aquela megaengenhoca cheia de potentes macacos hidráulicos ligados a computadores – que nos transporta pela cidade do Spiderman e nos faz imaginar que estamos a muitos metros de altura, presos pelas teias do super-herói.
Almoçamos com hora marcada no exótico e belo Mythos, o melhor restaurante que já experimentei em um parque de diversões. A chuva, tão comum no verão da Flórida, mal começava a cair e nosso guia prontamente nos entregava capas de chuva. Nas atrações aquáticas, lá estava ele pronto para segurar e proteger nossos pertences.
Em todos os serviços VIP que experimentamos, a preocupação com o bem-estar do visitante é a tônica. Não sei quando será minha próxima ida a Orlando, mas uma coisa é certa: quero ser VIP novamente.
Reportagem publicada na edição 63, lançada em novembro de 2018
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