Resumo:
- A Luckin Coffee começou a comercializar suas ações na Nasdaq no último dia 17 e arrecadou US$ 560 milhões com a operação;
- Sua fundadora, Jenny Zhiya Qian, tornou-se bilionária por um momento durante as negociações, quando chegou a acumular patrimônio de US$ 800 milhões;
- Ela detém quase 17% da empresa. A depender do comportamento dos papéis, Jenny pode ocupar um lugar na próxima lista de bilionários.
A nova rede de café da China catapultou momentaneamente sua fundadora para o clube dos bilionários, menos de 20 meses depois de a startup ter aberto seu primeiro estabelecimento de testes em Pequim.
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A Luckin Coffee, cuja preponderância na segunda maior economia do mundo já tornou bilionário seu primeiro investidor, Charles Zhengyao Lu, começou a ser negociada pouco depois das 11 horas da manhã do último dia 17 na Nasdaq, em Nova York. Apesar de a empresa ter precificado a ação em US$ 17, a procura inicial fez com que ela atingisse, por um breve período, o valor de US$ 25,96, levando a capitalização de mercado a quase US$ 6 bilhões. A fundadora, Jenny Zhiya Qian, é dona de quase 17% da empresa, o que lhe proporcionou uma fortuna de US$ 1 bilhão por alguns minutos, antes de cair abaixo desse montante. Ela terminou o dia com um patrimônio líquido de cerca de US$ 800 milhões.
Jenny, que já tinha atuado como diretora de operações da Car Inc., a locadora de carros de Charles Lu, e da startup de transporte particular UCar, lançou a Luckin Coffee em outubro de 2017, depois de levantar US$ 150 milhões com o investidor e outras pessoas. A rede logo ganhou fama graças a seus pontos de venda minimalistas e atendimento rápido: 90% dos estabelecimentos são lojas nas quais os clientes retiram os produtos situadas em áreas de tráfego intenso, como edifícios de escritórios e campi de universidades, e os pedidos via aplicativo vangloriam-se de um tempo de entrega de 18 minutos ou menos nas principais cidades. A empresa usou as economias de custo das lojas para vender mais barato do que a Starbucks e atraiu o público mais jovem com seu aplicativo móvel.
Em janeiro de 2019, a Luckin Coffee já tinha servido cerca de 90 milhões de cafés; em março, tinha quase 2,4 mil estabelecimentos. A empresa pretende chegar a 4,5 mil lojas até o final do ano, superando a Starbucks como a maior rede de café da China. O ícone norte-americano, que abriu sua primeira loja em Pequim em 1999, conta com 3,6 mil lojas no país, mas pretende abrir 600 novos pontos de venda por ano até 2022 e vem ampliando seus serviços de entrega.
A rápida expansão da Luckin tem um preço, já que a empresa gastou muito para abrir novas lojas em um ritmo estonteante. Em 2018, a empresa acumulou um prejuízo líquido de US$ 241,3 milhões sobre US$ 125,3 milhões de receita, de acordo com um documento enviado à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos. O prejuízo e o crescimento continuam: a empresa, sediada em Xiamen, perdeu US$ 82,2 milhões sobre receitas de US$ 71,3 milhões no primeiro trimestre de 2019.
Até agora, Jenny vem financiando sua ambição com capital de risco, tendo levantado mais de US$ 700 milhões em recursos privados antes de abrir o capital da Luckin, segundo a PitchBook Data. O IPO, que arrecadou mais de US$ 560 milhões, só dará a ela mais munição, enquanto a empresa prossegue em sua jornada para se tornar a maior rede de café de seu país de origem.