Há alguns dias, o Banco Inter, que atualmente é o único do país a não cobrar nenhum tipo de tarifa dos correntistas, anunciou a chegada a 3,3 milhões de clientes em setembro. Em um ano, o banco digital triplicou sua base e, só no mês passado, 12 mil novas contas foram abertas a cada dia útil. Segundo o CEO da entidade financeira, João Vitor Menin, a explicação para o crescimento é bem simples. “A realidade é que, no Brasil, as pessoas pagam muito pelos serviços financeiros e são mal atendidas. Tudo é tarifado – e não é barato. Nós somos uma alternativa para milhões de pessoas que se encontram nessa situação ao combinar experiência digital, gratuidade e serviços completos”, diz.
Segundo o executivo, 85% dos correntistas do banco vieram de outros instituições, enquanto 15% são novos. Uma pesquisa recente do Instituto Locomotiva revelou que existem atualmente no país 45 milhões de desbancarizados, ou seja, pessoas que ainda não possuem conta em banco. Isso significa um vasto mercado a ser explorado já que essa população é responsável por movimentar, anualmente, R$ 800 bilhões. “Trazer essas pessoas para o jogo tem também uma importância social”, diz Menin.
Uma das apostas do Inter é se transformar no que vem sendo chamado de super app Conta Digital. Menin explica que as pessoas não querem mais ter vários aplicativos, um para cada operação. “Acreditamos em um modelo que junte produtos e serviços, financeiros ou não, no mesmo lugar. É muito mais cômodo. Além disso, para consumir é preciso ter crédito.”
Com previsão de lançamento nas próximas quatro semanas, a plataforma vai reunir, além das operações financeiras, um marketplace de eletrodomésticos, roupas, acessórios, passagens aéreas, locação de veículos e hotelaria dos principais players do mercado, em um acordo que envolve cerca de 50 parceiros. Uma iniciativa que, segundo o executivo, não demandou tanto dinheiro quando poderíamos imaginar. “Como já temos uma plataforma tecnológica parruda, o investimento foi relativamente pequeno para o retorno”, diz Menin, mencionando algumas poucas dezenas de milhões de reais, mas sem especificar o montante. O banco vai receber uma comissão pelas vendas feitas por intermédio do aplicativo que, só no terceiro trimestre, ultrapassou a marca de 90,7 milhões de acessos.
Enquanto isso, o Inter continua apostando na ausência de tarifas para conquistar novos clientes. Existe, internamente, até um tarifômetro, que mede o quanto seus correntistas economizam. Só até agora em 2019, já são mais de R$ 1,5 bilhão.
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Mobilidade urbana
O Brasil ainda precisa evoluir muito no quesito mobilidade urbana. Uma pesquisa realizada pela Kantar, empresa especializada em consultoria, dados e insights, revelou que São Paulo ocupa o penúltimo lugar entre 31 cidades no ranking Mobility Futures, perdendo apenas para a capital do Quênia, Nairóbi. O estudo se baseou em mais de 20 mil entrevistas com usuários de diferentes meios de transporte e viajantes frequentes dessas cidades, além de colher opiniões dos principais especialistas do tema no mundo. A líder em mobilidade urbana é Berlim, na Alemanha, seguida por Auckland (Nova Zelândia) e Moscou (Rússia). Veja, na tabela a seguir, as 10 cidades mais bem colocadas no levantamento:
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Tecnologia do bem
O Governo do Estado de São Paulo lançou ontem (17) o aplicativo São Paulo Mais Humana, uma iniciativa que conta com a ajuda da tecnologia para aproximar ações de voluntariado e doações a quem precisa. Por meio da geolocalização, o usuário define um raio de busca – que pode ser entre 1 e 50 quilômetros – para encontrar instituições que necessitam de auxílio. Entre as alternativas apresentadas, de um universo de 16 mil entidades cadastradas, ele então escolhe sua área de interesse: crianças e adolescentes, idosos, pessoas com deficiência, mulheres ou pessoas em situação de rua. Depois, é só escolher de que maneira quer ajudar. Entre as opções estão doação de materiais, trabalho voluntário ou oferta de vaga de trabalho (para jovens e adultos atendidos pelas ONGs participantes). O app ainda conta com a parceria da Defesa Civil, que promete ajuda emergencial em casos de catástrofes e desastres ambientais.
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Dou-lhe uma…
No próximo dia 14 de novembro, a Phillips, em Nova York, levará a leilão a obra “Before the Shot”, do icônico pintor e ilustrador norte-americano Norman Rockwell, mais conhecido por ter feito centenas capas de revista. O trabalho, um reflexo nostálgico e bem-humorado da cultura do país na década de 1950, nunca foi vendido publicamente antes – ele pertenceu a duas coleções familiares desde que foi criado, incluindo a do próprio artista. A expectativa é que a obra arrecade entre US$ 2,5 milhões e US$ 4,5 milhões.