A biofarmacêutica Moderna, de Boston, anunciou hoje (18) que foram coletados dados “positivos” de um estudo em humanos de estágio inicial de uma vacina contra o novo coronavírus, no qual todos os 45 participantes produziram anticorpos da Covid-19. Os mercados responderam de forma favorável nas negociações de pré-mercado.
Na pesquisa, os integrantes foram divididos em três grupos, os quais receberam uma quantidade diferente de vacina –25, 100 e 250 microgramas– em duas doses de injeções intramusculares na parte superior do braço, com um intervalo de 28 dias entre as doses.
Após 43 dias ou duas semanas da aplicação da segunda dose, o grupo de 25 microgramas mostrou níveis de anticorpos consistentes com amostras de sangue de pacientes recuperados do coronavírus, de acordo com um comunicado de imprensa divulgado pela Moderna.
O grupo de 100 microgramas produziu anticorpos que “excederam significativamente” os níveis observados nos indivíduos que haviam se curado da Covid-19.
Pelo menos oito participantes desenvolveram o que é chamado de “anticorpos neutralizantes”, os quais defendem as células de patógenos ou partículas infecciosas.
Os mercados saltaram em resposta, com os futuros no Dow Jones Industrial Average subindo mais de 550 pontos; o S&P 500 mais de 60 e o Nasdaq mais de 165 antes de abrirem as negociações.
“Esses dados provisórios da Fase 1, ainda que precoces, demonstram que a vacinação com o mRNA-1273 provoca uma resposta imune da magnitude causada pela infecção natural, começando com uma dose tão baixa de 25 [microgramas]”, disse o Tal Zaks, diretor médico da Moderna em um comunicado. “Quando combinados ao sucesso na prevenção da replicação viral nos pulmões de um modelo de desafio pré-clínico em uma dose que provocou níveis semelhantes de anticorpos neutralizantes, esses dados confirmam nossa crença de que o mRNA-1273 tem o potencial de prevenir a doença Covid-19 e avançar o processo de nossos ensaios elementares”.
Mais de 100 vacinas contra o coronavírus estão em desenvolvimento em todo o mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, e pelo menos oito já estão sendo testadas em seres humanos.
A Moderna disse que espera iniciar um teste de Fase 3 da vacina em julho, já que a Fase 2 –com 600 participantes– deve ser lançada em um futuro próximo.
A companhia faz sua vacina com mRNA, um material genético que contém instruções para as células produzirem certas proteínas. Com este método de prevenção contra o coronavírus, o mRNA pode fazer as células de um indivíduo criarem uma proteína da Covid-19 sem que eles realmente fiquem doentes. Outras empresas como a Pfizer também estão desenvolvendo vacinas para a doença a partir do mesmo material genético. Foi relatado em 12 de maio que a Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês) acelerou o desenvolvimento do produto da Moderna com o envio de US$ 500 milhões em financiamento federal. A Forbes estimou que o CEO da empresa, Stéphane Bancel, se tornou bilionário no início de abril, com um patrimônio líquido de pouco mais de US$ 1 bilhão.
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