Após ser demitido de uma corretora de valores aos 24 anos, Guilherme Benchimol decidiu, em 2001, operar por conta própria e estabelecer sua própria empresa, ao lado de um parceiro, em Porto Alegre (RS). O pequeno negócio evoluiu para a XP Inc, uma das maiores corretoras do Brasil, com quase US$ 38 bilhões (R$ 200 bilhões) em ativos sob gestão. Um aumento no valor das ações da companhia no início de abril levou o patrimônio líquido de Benchimol a US$ 3 bilhões, fazendo dele uma das 20 pessoas mais ricas do Brasil.
O empresário de 43 anos detém, aproximadamente, 11% da XP Inc. A empresa encerrou 2019 com US$ 994 milhões em receita (R$ 5,1 bilhões) e US$ 208 milhões (R$ 1 bilhão) em receita líquida. A XP, que opera na Nasdaq, tem uma capitalização de mercado de US$ 26,9 bilhões. Benchimol não quis comentar sobre seu patrimônio.
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Inspirado no pioneiro das corretoras, o bilionário Charles Schwab, o carioca começou no setor aos 18 anos, quando trabalhou em uma empresa de valores mobiliários antes de estudar economia na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Após se formar, ele percorreu mais duas empresas antes de lançar a XP Investimentos em maio de 2001, aos 24 anos, com seu então sócio Marcelo Maisonnave.
“Minha vida começou ao lado dele, em um espaço de 25 metros quadrados com uma dezena de computadores usados comprados em uma lan house”, escreve Benchimol em sua página pessoal do LinkedIn. “Percebemos que a maioria das pessoas não sabia como investir em renda variável ou era insegura ao fazer seus primeiros negócios. Foi a partir dessa percepção que a XP começou a quebrar paradigmas no mercado, investindo em educação para obter seus primeiros clientes.”
Para começar o negócio, Benchimol vendeu seu carro e pegou R$ 5 mil emprestados com seu meio-irmão. Ele se concentrou, primeiramente, apenas em oferecer negociação de ações e educação financeira para os clientes. A XP abriu um segundo escritório dois anos depois, quando os negócios cresceram, e se expandiu para o gerenciamento de ativos em 2006. As conquistas também foram marcadas pela inclusão de uma corretora de seguros em 2009 e pelo estabelecimento de seu primeiro escritório no exterior, em Miami, em 2014.
O rápido crescimento da XP chamou a atenção das principais instituições financeiras do Brasil e, em maio de 2017, o Itaú Unibanco – o maior banco do Brasil em ativos – adquiriu uma participação de 49,9% na empresa por US$ 2 bilhões. Até então, a XP havia crescido para absorver várias outras empresas que havia adquirido ao longo dos anos, incluindo uma plataforma de investimento digital, um instituto de pesquisa independente e um site de educação para investimentos pessoais. Dois anos depois, em dezembro de 2019, a empresa foi listada na Nasdaq sob o nome XP Inc.
“Meu principal objetivo tem sido ajudar os brasileiros a investirem melhor, oferecendo consultoria de investimento, taxas de negociação zero e uma ampla variedade de produtos”, escreve Benchimol na rede social. “Com essa fórmula, o negócio tomou forma e transformou poupadores em investidores reais.”
O IPO da XP foi um dos maiores dos Estados Unidos no ano passado. A empresa disparou para uma capitalização de mercado de US$ 19 bilhões – uma avaliação que fez de Benchimol um breve bilionário. À medida que os mercados de ações caíam globalmente em março, em meio ao início da pandemia de Covid-19, as ações da empresa atingiram o valor mínimo de US$ 16,96 em 2 de abril, uma queda de 50% em relação ao preço no dia do IPO. Desde então, as ações subiram mais de 170%, levando Benchimol de volta ao clube das três vírgulas.
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No último dia 10, Benchimol fechou um acordo para adquirir o marketplace brasileiro de seguros DM10 por um valor não divulgado.
“Minha maior motivação é mostrar a todos os nossos funcionários que não há limites para quem realmente sonha grande, com os pés no chão e dá um passo de cada vez”, diz Benchimol. “Certamente estamos apenas no começo de uma grande jornada.”
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