Os últimos meses foram marcados por eventos esportivos cancelados, concertos adiados e fronteiras nacionais fechadas, significando pouco entretenimento ao vivo para qualquer um. Exceto para aqueles que podem pagar por seus próprios lazeres.
Nos últimos três a quatro meses, os ricos gastaram milhões construindo seus próprios clubes secretos e locais de música ao vivo –e então transportando músicos e artistas para sua própria versão de entretenimento ao vivo.
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Um saudita com muito dinheiro levou o DJ Afrojack para se apresentar em seu superiate em Capri, por exemplo. Foi depois do Ramadã, então, o bilionário não identificado queria entreter seus convidados a bordo, de acordo com Emmanuel Akintunde, que organizou a festa pela GF Entertainment.
“No iate é muito mais divertido”, diz Bjorn de Decker, que contratou um cantor de ópera para se apresentar em seu iate no aniversário de sua esposa, enquanto cruzava a Costa Smeralda da Sardenha. “Assistir a uma ópera e sentar lá com uma máscara? Não, obrigado.”
De Decker ajudou outros a levarem músicos e estrelas pop para seus superiates no verão do hemisfério norte. Agora, as pessoas se preparam para o inverno no Caribe e estão deixando seus iates no ponto: “Eles têm um heliporto que pode se transformar em boate com aparelhagem Bang & Olufsen de última geração, máquinas de fumaça e equipamento de DJ. Isso é normal, não é nada de especial.”
Sobre os artistas, uma participação da Alicia Keys pode custar entre US$ 750 mil e US$ 1 milhão; Drake pode ser triplo isso. Se você ainda não tem um iate –com heliponto– para eles se apresentarem, pode fretar um por US$ 300 mil a US$ 400 mil por semana.
Mas o diferente nesta temporada, diz De Decker, é que a maioria das pessoas está alugando as embarcações por mais tempo. Três, e até quatro semanas, é a norma atual, elevando a conta para uma festa de privada para US$ 2 milhões ou mais.
Na realidade, não se trata apenas de iates. Em Ibiza, Serena Cook, que fundou a empresa de concierge Deliciously Sorted, passou grande parte do verão equipando casas noturnas privativas em vilas de luxo.
Com todos os principais clubes de Ibiza fechados, as pessoas reformaram casas com piscina, casas externas e até cavaram espaços sob suas quadras de tênis para seus clubes particulares, diz Cook. “Não foi possível ter música ao ar livre depois da meia-noite durante esse verão em Ibiza. Então, o que as pessoas fizeram para combater isso foi a construção de boates ou áreas de dança dentro de suas propriedades.”
Novamente, espere um local com sistemas de som de última geração, pista de dança completa e decoração luxuosa. “Eles variam de uma capacidade de 50 até 300 pessoas.” “Esses novos locais apresentam um estilo butique, ao contrário dos clubes que você geralmente encontra em Ibiza. Pode ser o equivalente a algo londrino e parisiense, por exemplo”, diz Cook.
Mesmo aqueles que estão presos longe das ilhas festivas do Mediterrâneo ainda encontram maneiras de desfrutar de entretenimento ao vivo.
Emmanuel Akintunde reserva artistas famosos e DJs e consegue acesso a eventos especiais para os muito ricos. Agora, sua empresa, a GF Entertainment, integrou o formato “Tiny Desk Concerts” para que seus clientes tragam esses mesmos artistas por meio de streaming online.
“O que alguns artistas estão fazendo agora –pessoas como Alicia Keys e Diddy– é se apresentar direto de suas casas. Então podemos fazer a transmissão ao vivo para a propriedade ou complexo do cliente, onde quer que esteja”, fala Akintunde. “Mesmo em lugares como a Arábia Saudita, um príncipe terá um link ao vivo para seu complexo, uma tela de projetor e uma performance pessoal para 10 ou 12 de seus amigos.”
Uma performance por transmissão online pode custar cerca de metade de uma ao vivo, diz Akintunde, e as pessoas adoram um contato personalizado. “Então, por exemplo, para aquela festa de aniversário, você pode ter alguém como Alicia Keys para dizer, ‘Feliz aniversário, Sandra, tenho certeza que você está se divertindo. Desculpe não estar ai com você.'”
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Esse estilo de show caiu particularmente bem no gosto popular do Oriente Médio, onde o desejo de ver artistas conhecidos raramente foi forte, diz Akintunde, porém, “eles tentem não deixar passar mais de 60 minutos, caso contrário, as pessoas se distraem.”
Como se divertir como uma estrela do rock durante uma pandemia
Por trás de toda essa festa há uma paranoia. Os ricos não são imunes a Covid-19, como os participantes da casa noturna Billionaire de Porto Cervo descobriram no início deste mês.
Ser visto em uma festa durante uma pandemia também pode sair pela culatra. A celebração de David Solomon com DJs em uma festa não tão socialmente distante que aconteceu nos Hamptons, em julho, não agradou aos funcionários nem às autoridades em Nova York. Surtos e exposições como essas manterão os ricos festejando na privacidade de seus iates, piscinas e complexos. Por enquanto, este é o novo circuito global de festas dos super-ricos.
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