14 mulheres influentes que se destacaram no Brasil em 2015

Elas mandam, desmandam e dominam diferentes setores da economia nacional

Alex Ricciardi e Françoise Terzian

É cada dia mais difícil separar a qualidade de mulheres e de homens que comandam grandes negócios. Dizia-se que elas eram mais sedutoras, sutis e focadas do que os seus rivais masculinos. Que tinham mais atenção aos detalhes. Hoje, raciocínios desse tipo tendem a soar sexistas. Está mais do que claro que, de um jeito ou de outro, homens e mulheres podem liderar, acertar, errar — influir, enfim, no destino das ideias que têm e das corporações que comandam.

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Não há diferença, nesses casos, se o executivo usa gravata ou prefere saias bem cortadas. A única diferença mantida, por enquanto, é na quantidade de líderes homens, sobejamente maior do que a de mulheres. A equação, porém, vem se invertendo ano após ano.

Veja, na galeria de fotos, 14 mulheres que estão no comando e se destacaram no Brasil em 2015:

  • Anna Maria Marzolati Kuntz

    Diretora Executiva, Comercial e de Marketing da Vicunha Têxtil

    Ela faz parte da história da Vicunha, líder mundial na produção de tecidos índigos e brins. A jornada profissional de Anna Maria Kuntz está estreitamente ligada ao setor de confecções: “Sempre trabalhei na indústria têxtil. Iniciei minha trajetória como chefe de contabilidade na Companhia Nacional de Veludos, a Velnac”, lembra ela. “Quando a Vicunha estava começando a produção de denim no Nordeste, como parte de seu plano de expansão, fui convidada a integrar a equipe que tocaria o novo projeto. Passei assim a ocupar o cargo de diretora comercial da Vicunha Têxtil. Após alguns anos, a empresa tornou-se a maior produtora de denim e de sarjas do mundo.”

    Hoje a fabricação destes itens, sarjas e denim, é realizada pela companhia em fábricas localizadas no Brasil, Argentina e Equador. E Anna Maria segue sua trajetória: “Meu objetivo é continuar na Vicunha Têxtil, acompanhando a expansão nacional e internacional da organização. Levar adiante meu trabalho, com persistência e dedicação, sempre ao lado do pessoal da empresa, fazendo com que a Vicunha alcance suas metas, colocando nos diversos mercados produtos com qualidade, modernos e competitivos”. A executiva é formada em pedagogia e tem pós-graduação em administração pela USP e em administração de empresas pela Fundação Getulio Vargas.

  • Claudia Albuquerque

    Diretora de compras e produtos das divisões feminina e infantil da C&A

    A carioca Claudia Albuquerque, de 46 anos, trabalha há 27 anos com moda, 13 na C&A e há sete como responsável pelas roupas femininas que chegam às araras da rede de fast-fashion. “Busco estar, cada vez mais, à frente do que nossas clientes desejam. A mulher brasileira gosta de moda, e, infelizmente, a moda no Brasil costumava ser pouco acessível. Democratizá-la é um trabalho encantador e que me faz muito realizada. Faço parte de um grupo de pessoas com muita sorte, pois encontrou na vida uma carreira em que é possível que o trabalho seja um prazer”, afirma a diretora de compras e produtos pelas divisões feminina e infantil da C&A.

    Seu trabalho é desafiador, uma vez que é necessário se superar a cada dia no que diz respeito às necessidades das clientes, à informação de moda e à qualidade dos produtos. “Estamos sempre investindo nos nossos produtos e em compras para captar as tendências de moda do mundo e adaptar para a mulher brasileira. Para isso, fazemos muitas pesquisas com as nossas clientes para entendermos o que querem. A mulher brasileira tem uma diversidade incrível, por isso acreditamos que a moda precisa ser para elas, do jeito que elas gostam, e não apenas uma cópia das tendências mundiais. Nosso papel é democratizar a moda para o maior número possível de consumidoras. Por isso, somos os pioneiros no trabalho de parceria com os estilistas e marcas renomadas no Brasil. Estamos lançando a nossa 41ª Collection, agora com a marca NK. Nossa cliente espera por essas parcerias, pois é quando é possível para ela adquirir uma marca que normalmente não teria acesso”.

  • Chieko Aoki

    Fundadora e presidente da Blue Tree Hotels

    Uma vida construída na intersecção entre culturas e países bem diferentes entre si: essa é a história de Chieko Aoki — nascida no Japão, naturalizada brasileira, com parte da experiência acadêmica e profissional ocorrida nos EUA. Ela é formada em direito pela Universidade de São Paulo (USP), fez cursos em administração na Universidade de Sofia, em Tóquio, e em gestão hoteleira na Cornell University, nos Estados Unidos.

    “Iniciei-me no mundo da hotelaria em 1982 como diretora de marketing do Hotel Caesar Park São Paulo. Também fui vice-chairman da Westin Hotels & Resorts, uma das redes americanas mais antigas e tradicionais do setor”, conta Chieko. “Em 1997, vi que a estabilidade econômica que então se iniciava no Brasil trazia uma janela de oportunidade para a criação de uma rede hoteleira que oferecesse serviços com a excelência dos hotéis cinco estrelas, mas com valores mais acessíveis. Foi assim que nasceu a Blue Tree Hotels, cujo nome é a tradução do meu sobrenome: Aoki, em japonês, significa Árvore Azul”.

    Além de comandar o Grupo Chieko Aoki, do qual fazem parte a Blue Tree Hotels e o Noah Gastronomia (composto pelos restaurantes Noah e pelas atividades de alimentação hospitalar e catering para grandes eventos), a executiva integra o Conselho de Empresários da América Latina (Ceal), o Grupo de Líderes Empresariais (Lide), o LIDE Mulher (Lidem) e a Academia Brasileira de Eventos. “Atualmente, administramos 22 estabelecimentos em 17 cidades. Recentemente inauguramos o Blue Tree Towers Bauru, no interior paulista, e entramos em um novo modelo de negócios, a franquia de hotéis, com um empreendimento maravilhoso em Itapecerica da Serra (SP), o Terras Altas by Blue Tree Hotels. Além disso, vamos inaugurar o Blue Tree Premium Alphaville, em São Paulo, ainda em 2015. Já temos 14 novos contratos assinados, em fase de construção, e até 2017 conquistaremos muito mais. Queremos estar presentes nas grandes cidades do país, como Vitória e Rio de Janeiro, e em municípios com mais de 200 mil habitantes. Muitas novidades estão a caminho”, finaliza Chieko, animada.

  • Roberta Medina

    Vice-presidente executiva do Rock in Rio

    Ela é a responsável pelo renascimento, em outros moldes, do maior encontro ligado à música já surgido no Brasil: Roberta Medina, filha do publicitário e idealizador do Rock in Rio, Roberto Medina, recriou o festival enquanto um “parque temático da música”, em suas próprias palavras. Hoje, o patrocínio ao evento é disputado por marcas famosas graças à concepção implantada nele por Roberta.

    Ela também é uma estrela da mídia em Portugal, para onde se mudou em 2004 visando assumir a expansão da atração na Europa. Roberta foi jurada em 2009 e 2010 do programa Ídolos, exibido pela TV portuguesa. Em 2015, o Rock in Rio celebra três décadas fazendo sua sexta edição carioca, em setembro, e a primeira nos EUA, em maio, em Las Vegas.

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  • Maria Eduarda Kertész

    Presidente da Johnson & Johnson no Brasil

    Ela nasceu em Salvador, e de lá saiu para estudar administração de empresas na Eaesp/FGV, em São Paulo, ainda adolescente. A partir desse momento, Duda Kertész, como é conhecida, trabalhou em empresas como Price Waterhouse e Schering Plough, mas a maior parte de sua carreira se deu na Johnson & Johnson, onde está há 17 anos. “Sempre fui uma pessoa de muita coragem e iniciativa.

    Sempre gostei de desafios e corri atrás de conhecimento”, diz ela. “Desde muito cedo também tive grande apoio dos meus pais, que me ajudaram a cultivar uma boa auto- estima quando me ensinaram que eu poderia arriscar, tentar fazer mais e errar, porque eles estariam ao meu lado.” Na J&J, Maria Eduarda passou por diversos cargos, de estagiária à gerente de produto, até assumir o posto de diretora de marketing da empresa aos 29 anos. “Foi um grande salto na minha carreira, pois tive que ocupar uma posição no comitê executivo da companhia, onde todos os membros eram muito mais experientes que eu. E eu era a única mulher ali”, lembra a executiva. Em abril de 2011 ela assumiu a presidência da filial brasileira da Johnson & Johnson.

    Hoje, vendo em perspectiva sua trajetória, Duda pondera: “Acho que meus grandes aprendizados se deram em momentos nos quais eu não estava exatamente ‘pronta’ para assumir uma posição de comando, mas me foi dada a oportunidade de fazê-lo — e eu encarei o desafio com coragem e humildade para discernir o que poderia agregar e o que teria que aprender com aquilo”.

  • Márcia Cavallari

    CEO do IBOPE Inteligência

    Ela está há 33 anos no Ibope, o mais conhecido instituto de pesquisas de opinião do país. Desde 2010 ocupa o cargo de CEO do Ibope Inteligência, a divisão da empresa voltada ao conhecimento do comportamento dos indivíduos e de suas relações familiares, sociais, políticas, de consumo e de utilização de serviços. Quais fatores foram determinantes para que Márcia Cavallari atingisse tal posto? “Além das características pessoais, a sólida formação educacional e o apoio da família na compreensão das muitas horas que tive e tenho de me dedicar ao trabalho, o que me forçou a faltar em alguns eventos”, responde ela.

    Bacharel em estatística pela Universidade de São Paulo e mestre em ciências políticas com concentração em pesquisas de opinião pública pela Universidade de Connecticut (EUA), Márcia foi a responsável no instituto pela amostra nacional para as eleições presidenciais de 1989, as primeiras ocorridas após o retorno da democracia. Quanto ao futuro, ela é reticente: “Ainda não fechei planos definidos, a partir de agora é que começarei a pensar no que farei quando parar de trabalhar. Acredito que ainda tenho uns bons cinco anos pela frente antes que essa hora chegue. Uma coisa é certa, não conseguirei parar de uma vez, terei que ter uma fase intermediária para ir diminuindo o ritmo aos poucos”.

  • Renata Moraes Vichi

    Vice-presidente do Grupo CRM

    Renata Moraes Vichi trabalha literalmente na fantástica fábrica de chocolates. Esta paulistana de 33 anos é vice-presidente de marketing, comercial e expansão do Grupo CRM, detentor das marcas Kopenhagen e Chocolates Brasil Cacau, além de responsável pela operação das lojas da Lindt no país. Embora seja herdeira do grupo, nada veio de graça para Renata, que começou a trabalhar no negócio aos 16 anos. Seu início foi como estagiária, passando por todas as posições possíveis. “Mas sempre me envolvi e participei das outras áreas da empresa.

    Isso me trouxe uma visão sistêmica importante de todos os processos. Após me formar, fiz um MBA particular com o professor Willian Eid, da FGV, e percorri todas as áreas da empresa até galgar novas posições e me tornar vice-presidente”, explica. Sua rotina não é tão doce quanto parece. Ela chega pontualmente ao trabalho às 8h e nunca vai embora antes das 18h. “E estou sempre on-line.” Seus planos para 2015? “Estamos empenhados em implantar um novo layout para as lojas Kopenhagen e, com ele, nasce um projeto de um novo mix de produtos chamado Mil Delicias. Além disso, estamos a todo vapor com a expansão da Chocolates Brasil Cacau e também com as novas lojas Lindt.” Trabalho é o que não falta para Renata.

  • Cristina Palmaka

    Presidente da SAP Brasil

    Na Philips, foram 15 anos de trabalho; outros dez na Compaq/HP, onde participou da fusão das duas empresas; um ano na SAP, como vice-presidente de vendas para pequenas e médias empresas; depois três anos na Microsoft e, por fim, um ano e meio (até agora) novamente na SAP — mas desta vez como presidente da filial local da gigante alemã dos softwares empresariais: eis a já longa e sólida carreira de Cristina Palmaka, toda voltada à tecnologia. “Comecei a trabalhar muito cedo, com 16 anos de idade. Aos 24 já era gestora de pessoas”, lembra. “Tive, ao longo dos anos, grandes chefes e mentores que me deram boas oportunidades de crescimento, mesmo em momentos nos quais eu não me considerava preparada. Isso foi muito importante para mim.”

    Cristina é responsável pela gestão da organização, que hoje tem mais de 1.500 funcionários e, garante ela, é muito relevante para a SAP mundial. Graduada em ciências contábeis na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), ela possui pós-graduação e MBA pela FGV com extensão na Universidade do Texas (EUA). Também é uma esportista dedicada: “Em minha visão, o esporte ensina às pessoas disciplina e a se prepararem, sempre e antes de tudo. No início eu praticava basquete e vôlei, modalidades que têm a ver com metas e trabalho em equipe. Hoje pratico corrida, que exige foco e preparação, fatores e fundamentos que entendo serem muito relevantes no segmento corporativo”, relata ela — que, aliás, costuma competir em maratonas. Cristina é casada e mãe de uma filha.

  • Dulce Pugliese de Godoy Bueno

    Empresária do setor de saúde

    Ela e seu ex-marido Edson de Godoy Bueno ergueram juntos, ao longo de quatro décadas, uma gigante da saúde brasileira, a Amil — maior empresa de assistência médica privada do Brasil. Desde 1972, trabalharam duro em sua expansão até que, em 2012, o controle da companhia foi vendido para a operadora americana de planos de saúde UnitedHealth Group por US$ 4,9 bilhões.

    Desde então, Dulce Pugliese de Godoy Bueno tem interesses na própria United- Health, bem como participação na Dasa, uma companhia de medicina diagnóstica — nesta, ela e Bueno controlam mais de 70% das ações. Formada em medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ela tem ainda um doutorado em gestão pela Universidade do Texas. Sua fortuna ultrapassa US$ 1,7 bilhão.

  • Regina Nunes

    Diretora-geral e líder para a região Sul da América Latina da S&P

    Trata-se de uma das maiores fornecedoras do planeta de serviços de inteligência para o mercado financeiro: a Standard & Poor’s, mais conhecida entre nós por sua área de rating (concessão de notas à dívida de empresas e países). No Brasil (e também na Argentina, Chile, Paraguai, Uruguai, Peru, Bolívia e Equador) ela é liderada por Regina Nunes, que atua há quase três décadas no mercado financeiro. “Com 22 anos eu já comandava uma equipe de trabalho. Muito cedo na vida decidi que o ramo financeiro seria minha área de atuação, e sempre me empenhei em fazer o melhor trabalho possível nas empresas do setor”, lembra ela. Em novembro de 1998 a S&P estreou no Brasil, com apenas quatro funcionários — Regina entre eles.

    Antes de ingressar na Standard & Poor’s, a executiva trabalhou em instituições como Chase Manhattan e Citibank nas áreas de análise de risco, crédito, trade finance e gestão de produtos no mercado de capitais brasileiro para investidores internacionais. No Chase Manhattan, Regina recebeu treinamento em Nova York e, posteriormente, ocupou uma posição em Porto Rico. Em Nova York, onde morou por dois anos, ela trabalhou na área de trade finance e risco do Commercial Bank of New York,com foco na América Latina. Durante três anos, Regina também atuou como consultora independente de programas de privatização, fundos internacionais para investimentos no Brasil, fusões e aquisições e engenharia financeira.

  • Sônia Hess

    Presidente da Dudalina

    Nos dias de hoje, causa espanto saber a quantidade de irmãos e irmãs que Sônia Hess, líder da maior fabricante de camisas do Brasil, possui: 15. Isso porque seus pais (dona Adelina e seu Rodolfo, conhecido como Duda) tinham se proposto a colocar 20 filhos no mundo — quase conseguiram, portanto. E é inspirador conhecer a empresa que ambos criaram, a Dudalina, batizada com uma combinação dos nomes do casal.

    A partir de um pequeno negócio de secos e molhados no interior de Santa Catarina, nasceu uma gigante do setor têxtil que Sônia comanda desde 2003 por escolha da matriarca do clã (a qual faleceu em 2008). Hoje a companhia não produz só camisas: “Lançamos nossa linha feminina em 2010, mesmo ano em que estreamos no varejo. Felizmente, ambas as iniciativas foram bem-sucedidas”, diz Sônia. Ela, que conta ter na figura materna sua maior fonte de inspiração, saiu de casa aos 17 anos para estudar na Espanha.

    De volta ao Brasil, capitaneou a expansão da marca e garantiu sua sobrevivência e êxito no extremamente concorrido mercado global de confecções. E quais são os planos para 2015? “Muitos. Ainda neste mês inauguraremos uma loja da marca em Estocolmo. Planejamos abrir também uma em Viena. Nas Américas, Colômbia, Equador, Panamá e vários outros lugares estão em nosso radar para expansão”, responde a executiva, confiante.

  • Zeina Latif

    Economista-chefe da XP Investimentos

    Paulista de Campinas, ela é conhecedora profunda de política monetária — este foi o tema de seu doutorado na USP. Zeina tem passagens pelo antigo ABN Amro Real, Royal Bank of Scotland (onde foi economista-sênior para a América Latina), ING, HSBC e Banco Bilbao Viscaya. Também deu aulas de macroeconomia no Ibmec-MBA.

  • Flávia Moyses Faugeres

    General manager da BRF no Brasil

    Nascida em Sertãozinho (SP), a administradora de empresas Flávia Moyses Faugeres, de 44 anos, assumiu recentemente a posição de general manager da BRF no Brasil, após ocupar cargos altos em gigantes como diretora de inteligência de mercado na AmBev, vice-presidente global de inteligência de mercado na AB-Inbev e diretora global de marketing e vice-presidente executiva na Burger King Corporation.

    Sua trajetória na BRF se iniciou em 2014 como consultora, passando a diretora vice-presidente de marketing e inovação e, em 2015, comandante da operação Brasil. Sua receita para o sucesso? Fazer tudo com paixão e compreender o peso das escolhas.

    “Eu achava que nossa geração de mulheres tinha superado os conflitos entre a vida pessoal e profissional. Não é verdade. Quando se quer tudo (e eu quero tudo), há muitos momentos difíceis, que exigem escolhas. Eu sempre escolhi com o coração, com o que achava que era certo para aquele momento. Isso quer dizer que às vezes eu escolhia crescer profissionalmente, às vezes não. Algumas vezes abri mão de oportunidades profissionais por questões pessoais — e não vou mentir, com muita tristeza. Então, meu grande aprendizado é: a vida é cheia de altos e baixos. O importante é fazer as escolhas sem olhar para trás, fazer tudo com paixão e buscar ao máximo ser feliz.”

  • Sylvia Brasil Coutinho

    CEO do UBS Group no Brasil

    Em junho de 2013 ela alcançou a liderança da filial local do banco suíço UBS no Brasil; com isso, tornou-se a primeira mulher a assumir a presidência de um banco internacional por aqui. Sylvia Brasil Coutinho leva a nação em seu próprio nome, com orgulho. “É uma homenagem que meu pai resolveu fazer a este país, que nos acolheu de braços abertos”, explica ela. A família da executiva (seu pai era português, sua mãe, egípcia) imigrou para o Brasil nos anos 1950.

    Estudou em um colégio internacional, onde obteve sólida educação formal, muita disciplina, fluência em duas línguas além do português (francês e inglês) e uma forte formação em matemática e física que mais tarde lhe ajudou tanto na engenharia (diplomou-se como engenheira agrônoma pela Esalq – USP) quanto no dia a dia do mercado financeiro: “Fui educada tendo o racionalismo cartesiano como base, o que me deu uma visão mais integral do mundo e facilitou enormemente minha trajetória”. Ela começou a carreira no Citigroup, onde ocupou, durante 17 anos, diversos cargos de direção no Brasil e no exterior, e também teve uma passagem marcante pelo HSBC antes de ser chamada para a UBS.

    Sylvia observa que muitos a ajudaram nessa caminhada. “Não poderia deixar de ressaltar o apoio que sempre tive dos homens importantes da minha vida: meu pai, que discutia negócios comigo desde pequena; e meu marido, que largou a própria carreira para acompanhar a minha sem sequer vacilar, de forma a que eu pudesse focar nos desafios do meu trabalho quando nos mudamos para os EUA com dois filhos pequenos”, diz ela. “And, last but not least, devo muito à minha mãe, uma empreendedora nata na qual sempre tive um grande exemplo de determinação e pragmatismo, de como fazer as coisas acontecerem e ‘colocar a mão na massa’ sem perder o bom humor”, finaliza ela.

Anna Maria Marzolati Kuntz

Diretora Executiva, Comercial e de Marketing da Vicunha Têxtil

Ela faz parte da história da Vicunha, líder mundial na produção de tecidos índigos e brins. A jornada profissional de Anna Maria Kuntz está estreitamente ligada ao setor de confecções: “Sempre trabalhei na indústria têxtil. Iniciei minha trajetória como chefe de contabilidade na Companhia Nacional de Veludos, a Velnac”, lembra ela. “Quando a Vicunha estava começando a produção de denim no Nordeste, como parte de seu plano de expansão, fui convidada a integrar a equipe que tocaria o novo projeto. Passei assim a ocupar o cargo de diretora comercial da Vicunha Têxtil. Após alguns anos, a empresa tornou-se a maior produtora de denim e de sarjas do mundo.”

Hoje a fabricação destes itens, sarjas e denim, é realizada pela companhia em fábricas localizadas no Brasil, Argentina e Equador. E Anna Maria segue sua trajetória: “Meu objetivo é continuar na Vicunha Têxtil, acompanhando a expansão nacional e internacional da organização. Levar adiante meu trabalho, com persistência e dedicação, sempre ao lado do pessoal da empresa, fazendo com que a Vicunha alcance suas metas, colocando nos diversos mercados produtos com qualidade, modernos e competitivos”. A executiva é formada em pedagogia e tem pós-graduação em administração pela USP e em administração de empresas pela Fundação Getulio Vargas.