Ele ressaltou que, apesar de investimentos recentes e das últimas aquisições, a relação entre dívida líquida e Ebitda está abaixo de 2 vezes, o que dá fôlego para que a companhia continue ativa em sua estratégia de expansão.
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“Isso dá o poder de fogo de mais de um bilhão de reais para continuar olhando para oportunidades e fazendo aquisição de empresas”, disse ele.
“(Este) é o valor da capacidade de alavancagem. Não tenho um bilhão em caixa, mas achamos que temos um balanço quecomporta esse endividamento caso seja necessário”, acrescentou.
Dados do balanço financeiro mais recente da Camil, divulgados em outubro, indicam que a alavancagem encerrou o segundo trimestre da empresa em 1,6 vez.
Em contrapartida, os investimentos medidos pelo Capex somaram 43,9 milhões de reais no segundo trimestre, um salto de 62% no comparativo anual, mostrou o balanço.
Vargas lembrou que o último negócio feito pela companhia foi a compra do Pastifício Santa Amália, por 410 milhões de reais, que marcou a entrada no segmento de massas, e foi anunciado logo após a chegada da Camil no setor de arroz no Equador.
“Já entramos na cadeia do trigo através de massas, mas ainda temos na cadeia do trigo oportunidades na parte de biscoitos e farinhas, em que ainda não estamos. No café, estamos olhando seja em marcas ou ativos de torrefação”, disse ele sobre objetivos de expansão no Brasil.
Em setembro, a empresa fechou acordo com a Jacobs Douwe Egberts para adquirir a marca Seleto de café, o que representou o ingresso na indústria cafeeira.
Além disso, o executivo destacou que 2022 será um ano para integração dos negócios recém-realizados no Equador, mas também há espaço para oportunidades tanto de crescimento nos países em que a Camil já atua, quanto de entrada em novos mercados sul-americanos.
Segundo informações da empresa, a Camil atualmente lidera o beneficiamento e comercialização de arroz no Brasil, Chile, Uruguai e Peru e exporta para mais de 50 países.
Questionado sobre perspectivas de crescimento, Vargas evitou citar projeções e ressaltou apenas que a companhia está bem estabelecida no mercado, apesar das adversidades econômicas do Brasil.
CAUTELA
Do ponto de vista do negócio, o executivo afirmou que olha para o ano que vem com otimismo, mas com determinada cautela devido ao cenário macro.
“O contexto de preço continua positivo, continuamos enxergando preços de arroz, feijão e açúcar ainda positivos… E o que ficamos mais apreensivos é no contexto macroeconômico, tem a crise”, pontuou.
Com base nisso, ele acredita que o que fará a diferença para que se consiga rentabilidade é a capacidade de gestão dacompanhia.
(Com Reuters)