A multinacional Bayer afirmou hoje (15) que trabalha para minimizar no Brasil o impacto de uma ruptura na fabricação de glifosato, após anunciar na véspera que uma falha mecânica em um fornecedor poderá afetar a oferta de um dos principais herbicidas da agricultura brasileira.
Na ponta produtiva, a Aprosoja-MT (Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso) manifestou em nota também hoje preocupação do setor sobre o fornecimento do produto e disse que questionou a empresa de agroquímicos e sementes sobre as entregas que poderiam ficar comprometidas por três meses.
“Para o mercado brasileiro, a Bayer está trabalhando para reduzir ao máximo possíveis impactos no fornecimento dos produtos da marca Roundup“, disse a empresa em comunicado à Reuters.
O Roundup é importante produto para cultivos transgênicos resistentes ao herbicida, plantados em larga escala no Brasil.
“Reforçamos que continuaremos a trabalhar diligentemente com nossos clientes para atender às suas necessidades e ajudá-los a ter uma temporada de sucesso”, acrescentou.
A Bayer não revelou o nome do fornecedor do ingrediente ativo para a fabricação do glifosato que teve problema.
A companhia ainda afirmou que o mercado de produtos químicos agrícolas em todo o mundo está vivenciando um cenário desafiador devido à complexidade nos fluxos comerciais globais, à pandemia e a eventos climáticos extremos que continuam a pressionar a oferta de produtos.
Já a Aprosoja-MT disse que, embora reconheça a ocorrência de problemas em processos industriais, “causou perplexidade” o posicionamento inicial da Bayer, dada a importância do tema para a produção de alimentos, além do prazo previsto para solução do impasse, de três meses.
“É preocupante a alegação de situação de força maior como resposta a uma falha mecânica em processo industrial”, disse a entidade, lembrando que o judiciário brasileiro não reconhece situações adversas inerentes à atividade fim como argumento válido para a invocação de força maior em relações contratuais.
“A Aprosoja-MT solicitou maiores informações sobre a questão e aguarda posicionamento da empresa.”