O Ibovespa abriu em forte queda nesta segunda-feira (5), acompanhando a forte onda vendedora global (sell off) nos mercados, vista desde o Japão. Já o dólar dispara em relação ao real, rondando a marca de R$ 5,80 reais. De um modo geral, os investidores alimentam temores de uma recessão nos Estados Unidos, o provoca uma fuga do risco, afetando os ativos brasileiros.
Às 10h20, o principal índice de ações da bolsa brasileira caía 2,05%, aos 123.280 pontos. O dólar à vista subia 0,83%, a R$ 5,7774 na venda, após ter superado a marca histórica de R$ 5,80 logo no início do pregão.
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O movimento do mercado doméstico acompanha o exterior. Os investidores globais mostram preocupação com a maior economia do planeta. O sentimento ganhou força após dados fracos sobre a criação de vagas de emprego nos Estados Unidos (payroll).
A suspeita é de que o ciclo de aperto monetário do Federal Reserve entre 2022 e 2023, bem como a manutenção da taxa de juros no maior nível desde 2001 há mais de um ano, tenha afetado a atividade econômica norte-americana mais do que o previsto.
“O cenário internacional é de bastante pessimismo, aversão a risco e desempenho negativo de ativos arriscados, como commodities, ações e moedas de países emergentes”, resume Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX. “O movimento é de clara busca por qualidade, por ativos seguros, o que se desenha um dia ruim para os ativos brasileiros”, acrescentou.
Pânico extremado
No entanto, William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue, afirma que é muito difícil justificar e entender movimentos de pânico no mercado. “Logo, tais movimentos muitas vezes não possuem necessariamente um forte condicionante nos fundamentos econômicos”, diz.
É o caso do atual receio de recessão dos EUA. “Vemos a reação do mercado como exagerada e repercutindo um receio de uma forte e/ou grave recessão a frente como altamente incerta”, afirma o estrategista.
Durante entrevista para comentar os resultados do banco, o presidente-executivo do Bradesco, Marcelo Noronha, afirmou que considera como “extremada” a reação do mercado financeiro sobre os riscos de recessão dos EUA. “A reação do mercado é absolutamente extremada”, afirmou o executivo.