Nenhuma frente de referência favoreceu o Ibovespa hoje e o índice amargou uma queda de 2,22%, a 113.580,09 pontos, nesta quarta (9). A bolsa paulista repercutiu balanços negativos, incertezas em relação ao novo governo eleito e a baixa do mercado norte-americano.
Em Wall Street, os resultados preliminares das eleições de meio de mandato (midterms) mostram que os republicanos devem ter uma vantagem menor que a esperada pelo mercado.
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O dia foi particularmente ruim para as ações do Bradesco. Em seu balanço de terceiro trimestre o banco apresentou um aumento importante na provisão de devedores duvidosos (PDD). Com isso, o lucro caiu 21,6% na comparação anual e 26,3% na comparação trimestral, para R$ 5,21 bilhões.
O próprio CEO do banco admitiu que não esperava que houvesse uma aceleração tão rápida nos ajustes da provisão. Para ele, trata-se de uma “tempestade perfeita” que reflete o momento econômico atual e irá passar. Mas não tão cedo, já que o banco revisou para cima seu guidance de provisões em 2022, o que implica em resultados ainda pressionados no 4T22.
Para o mercado, as perspectivas não são boas e os resultados foram ruins a ponto de derrubarem as ações do Bradesco no Ibovespa hoje. Os papéis ordinários (BBDC3) caíram 16,01%, enquanto as ações preferenciais (BBDC4) perderam 17,38%.
O terceiro colocado no ranking de maiores quedas do Ibovespa também foi prejudicado pelos seus números do terceiro trimestre. A Qualicorp (QUAL3) divulgou um lucro líquido de R$ 49 milhões, equivalente a um recuo de 55,4% ante o mesmo período do ano passado e abaixo das expectativas.
Além de um resultado fraco, analistas chamaram a atenção para o cenário desafiador para a empresa, visto que as restrições de renda devem continuar em 2023. Isso porque, a avaliação é de que o 4T22 ainda deve ser impactado pelos reajustes nos planos de saúde, que ficaram na faixa entre 23% e 25%. Resultado na bolsa: queda de 15,60% das ações.
Entretanto, resultados trimestrais positivos preencheram o ranking de maiores altas do Ibovespa. Petz (PETZ3) surpreendeu com um crescimento da receita bruta total, em meio a um expressivo ritmo de expansão de lojas. As ações figuraram na maior alta do dia, com avanço de 8,82%.
Em segundo lugar aparece a Gerdau (GGBR4), que reportou um conjunto sólido de resultado, superando as expectativas das principais casas de análise. Além disso, a empresa anunciou um pagamento de dividendos robusto no trimestre, de cerca de R$ 3,6 bilhões. Os papéis valorizaram 4,66% no dia.
Na agenda política, investidores continuam monitorando as movimentações da equipe de transição do governo e esperando por nomes definitivos para o Ministério da Fazenda. Está no foco, em particular, a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que deve viabilizar gastos relacionados às promessas de campanha do presidente eleito.
No exterior, o sinal negativo prevaleceu em Wall Street, com os investidores acompanhando os resultados das eleições de meio de mandato. A leitura do mercado é de que um Congresso dividido entre democratas e republicanos tornaria mais difícil a aprovação de mudanças mais relevantes na legislação atual.
As bolsas fecharam com forte queda. O Dow Jones perdeu 1,95%, a 32.514,27 pontos; o S&P 500 caiu 2,08%, a 3.748,67 pontos, e o Nasdaq recuou 2,48%, a 10.353,18 pontos, todos nas mínimas do dia.
O dólar comercial acompanhou seu movimento internacional, de alta ante seus pares. Fechou com ganhos de 0,74% ante o real, negociado a R$ 5,1821.
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(Com Reuters)