Sobre Júlia Castro
Ela conversou com Rolf Martin Zinkernagel, cientista suíço laureado com o Nobel de Medicina de 1996 pela descoberta de como o sistema imunitário reconhece as células infectadas com vírus. Ao discordarem de um tópico, a cientista Júlia Castro, 29, considerada uma das 635 jovens cientistas mais promissoras do mundo, ouviu dele: “Ciência é sobre discordância”.
Eles se encontraram neste ano, na Alemanha, após ela vencer um concurso da Academia Brasileira de Ciências (ABC) para participar do Encontro Anual de Ganhadores do Prêmio Nobel. Júlia segue na missão: criar a primeira vacina no mundo contra a doença de Chagas, após um intervalo durante a pandemia, quando desenvolveu, juntamente com a equipe do CT-Vacinas, a SpiN-Tec – o primeiro imunizante 100% brasileiro contra a Covid-19.
Nascida em Viçosa (MG), a pesquisadora formou-se em biomedicina e cursou mestrado em bioquímica, ambos na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Pelo programa Ciência sem Fronteiras, estudou e estagiou em um laboratório nos EUA. Atualmente, faz doutorado em imunologia na Universidade de São Paulo (USP). “Quando criança, perguntei para a minha mãe qual era a profissão de descobrir coisas. E ela respondeu: pesquisadora. Foi ali que decidi o que queria ser.”