Sobre Txai Suruí
“Quando a gente nasce indígena, a gente não tem muita escolha se vamos querer lutar ou não”, diz Txai Suruí, filha de dois grandes líderes: o cacique Almir Suruí e a indigenista Neidinha Suruí.
Escolhida recentemente pela Time como uma das 100 lideranças da nova geração, Txai é fundadora do Movimento da Juventude Indígena de Rondônia, coordena a Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé, criada por sua mãe, e foi a única brasileira a discursar na COP26, em 2021, na Escócia.
“Somos 5% da população mundial e protegemos 80% de todas as florestas do mundo. Essa é uma luta que tem que ser planetária. A gente quer mostrar que árvores e rios têm alma, têm vida, e que nós somos seres natureza. Essa sabedoria indígena tem muito a oferecer à humanidade. É um contraponto a esse desenvolvimento que destrói. Não somos contra o progresso, mas isso não pode custar nossas vidas”, explica, fazendo referência ao garimpo, ao desmatamento e à pecuária ilegal que destroem a vida na floresta. “Nossa luta é no chão, porque só do chão a gente pode conseguir segurar o céu. Por isso, fazemos advocacy em todos os lugares possíveis: na mídia, no congresso, na política”, elenca a colunista na Folha de S.Paulo e produtora executiva do documentário O Território, distribuído pela National Geographic .