Eleita uma das Mulheres Mais Poderosas do Brasil em 2019, Sandrine Ferdane, CEO do BNP Paribas Brasil, fala sobre sua trajetória profissional e sobre a participação feminina no mundo corporativo. Para ela, “as mulheres têm de querer mais e ousar mais”.
Como a regente de uma orquestra, Sandrine conduz sua equipe no banco BNP Paribas Brasil tentando dar o tom, mantendo a unidade rítmica e extraindo de cada membro da orquestra o melhor de si. A metáfora seria apenas uma figura de linguagem se a executiva francesa não fosse, de fato, uma musicista formada pelo Conservatoire National Supérieur de Musique et de Danse de Paris, com curso de regência, e que busca trazer, para sua rotina como presidente da operação nacional de um banco internacional, o foco, a disciplina e a sensibilidade que desenvolveu desde criança com a música.
Na capital francesa, a executiva passou por vários departamentos dentro da instituição financeira até ingressar no departamento internacional. Com contatos na América Latina e grávida do segundo filho, recebeu a proposta de vir para o Brasil. “Parecia uma aventura, mas fazia todo o sentido. Eu e meu marido queríamos descobrir e conhecer algo diferente e viver algo intensamente. E eu acreditava muito que poderia fazer a diferença.” A família ficou cinco anos no país e voltou para a França. “Quando se trabalha fora do seu país, você tem mais autonomia, mais poder. Foi duro voltar para a matriz”, diz Sandrine.
Ela e o marido decidiram então retornar de vez para cá. Em 2014, foi chamada para assumir como CEO do já BNP Paribas. “Foi inesperado. Acredito que duas coisas foram importantes para me convidarem para o cargo: conhecer o Brasil e meu bom desempenho. E o banco também procurava mulheres para posições de liderança”, diz, revelando a política da instituição financeira.
“Estruturalmente, mulheres não estão em cargos de liderança porque o que sempre se convencionou como natural é que seja o homem lá, as coisas foram construídas assim. Por isso que é preciso um esforço proativo mesmo para mudar, senão os padrões se repetem”, acredita a CEO. “Nunca tive uma mulher em quem me espelhar. Agora que se fala bastante nisso é que olho para trás e percebo isso. Em quantas reuniões eu era a única mulher? Mas isso está mudando. Quando fui nomeada, uma colega veio me falar: ‘Agora que você é CEO, não seja uma abelha-rainha, a única mulher do grupo, que só trabalha com zangões ao lado. Tome cuidado para fazer outras mulheres crescerem’. Achei isso muito pertinente.”
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